Dois dos principais personagens do clássico entre Palmeiras e São Paulo, a partir das 21h deste sábado (2), no Allianz Parque, estarão no banco de reservas. Os treinadores Roger Machado e Diego Aguirre chegam para a partida, válida pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, em momentos totalmente opostos e colocando em choque também estilos diferentes de administrar suas equipes.
Vindo de duas derrotas seguidas no Brasileiro e um empate em casa com o América-MG, Roger chega pressionado para o jogo. Mesmo com a melhor campanha da Libertadores, vaga garantida nas quartas de final da Copa do Brasil e um aproveitamento de quase 70% na temporada, existe revolta de parte da torcida com os maus desempenhos recentes. As três derrotas para o Corinthians em 2018 também pesam para a insatisfação sobre o trabalho, que é constantemente elogiado internamente.
Do outro lado, Aguirre vive uma “lua de mel” com o torcedor são-paulino. Desde que assumiu o time em março, ele superou um início instável e fez a equipe subir de produção. Já são 11 jogos de invencibilidade na temporada, e o São Paulo chegou a liderar o Campeonato Brasileiro depois de três anos. A gestão do elenco também marca um contraste entre os treinadores. Roger procura repetir a equipe considerada titular o máximo possível e fez poucas alterações entre seus 11 preferidos desde o começo do ano.
Mesmo com atletas como Dudu e Lucas Lima tendo rendimento abaixo do esperado nas últimas semanas, o treinador tem mantido sua formação ideal. Mudanças são raras, só mesmo em caso de desgaste físico ou suspensão. Já Diego Aguirre dirigiu o time em 16 partidas desde que assumiu o São Paulo e jamais repetiu uma escalação. Apesar de ter uma espinha dorsal, formada por Sidão, Militão, Jucilei, Everton, Nenê e Diego Souza, o uruguaio adotou o rodízio de atletas.
É claro que as trocas acontecem também por causa de lesões e suspensões, mas tal estratégia serve para deixar o elenco ainda mais motivado e para mostrar que ninguém tem lugar cativo entre os titulares. Por outro lado, essa política rende críticas pela falta de entrosamento dos jogadores quando o time vive momentos difíceis. Quando trabalhou no Atlético-MG, em 2016, Aguirre foi bastante questionado justamente por causa desse estilo de trabalho. Após derrota para o Tricordiano, por 4 a 2, no Estadual, a diretoria do clube pediu para que o rodízio acabasse. Na época, o uruguaio era alvo de reclamações dos torcedores, mas também recebia o apoio dos jogadores. Outro ponto muito diferente entre Aguirre e Roger é o esquema tático.
O são paulino gosta de variar as formações e surpreender os adversários. No repertório deste ano, por exemplo, já colocou o Tricolor para atuar com três zagueiros, escalou o time com três volantes ou com linha de quatro defensores. Roger, por sua vez, não costuma trocar o desenho da equipe de acordo com o rival e nem durante os jogos, mudando apenas as características das peças dentro do sistema. Neste sábado, os dois treinadores colocarão à prova estratégias distintas, em jogo que vale muito para devolver a paz ao palmeirense ou consolidar a arrancada recente do tricolor.
Fonte: UOL