O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu autorizar o seu advogado Sepúlveda Pertence para "negociar" com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a sua prisão domiciliar. Lula viu que sua situação é complicada e seu registro de candidatura não deverá mesmo ser aceito.
Coincidência ou não, nesta quinta-feira (05), em uma cerimônia com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, um recado será direcionado para aqueles políticos que tentam acordos com ministros de tribunais.A cerimônia será em homenagem ao soldado falecido Mário Kozel Filho e o Estado de São Paulo conseguiu, antecipadamente, os dizeres do general.
Lula percebeu que defender a tese de que ninguém tem provas contra ele, é algo que não vai tirá-lo da cadeia. Então, ele ordenou que Sepúlveda vá até os gabinestes dos ministros e encontre a melhor solução para ele. O líder do PT sabe também que o Supremo será comandado, em setembro, pelo ministro Dias Toffoli, ex-subordinado de Lula. Isso pode favorecer a sua soltura.
Prudência nos ânimos
Paralelo a esse fato, o general Villas Bôas deixará alguns recados numa cerimônia de homenagem ao soldado Mario Kozel morto em um atentado praticado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), movimento no qual a ex-presidente Dilma Rousseff fez parte. Em seu discurso,ele enfatizará a "prudência nos ânimos" e a transparência entre a política e o Judiciário.
Segundo informações recentes, os militares já deixaram certo que não querem receber ordens de um condenado. Os generais, na sua grande maioria, defendem a Operação Lava Jato e as decisões do juiz federal Sérgio Moro.
O trio da Segunda Turma da Corte, formando por Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes tem sido alvo de críticas por livrar da cadeia corruptos condenados e presos por determinação da segunda instância. Generais estariam atentos e observando todas essas decisões da Corte.