O Ministério Público denunciou à Justiça o prefeito do município de Não-Me-Toque, no norte do Rio Grande do Sul, por quatro crimes: importunação ofensiva, contravenção penal de perturbação do sossego, abuso de autoridade e assédio sexual.
O procurador responsável por apresentar a denúncia pediu ainda o afastamento de Armando Carlos Roos (PP) pelos mesmos crimes, que estão sendo investigados pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Aos 74 anos, o prefeito virou alvo de investigação na Delegacia de Polícia pela primeira vez no segundo semestre ano passado. A primeira denúncia partiu de uma servidora municipal que afirmou ter tido o cargo rebaixado depois de não sucumbir à “cantadas” do prefeito. As falas de Roos tinha conotação sexual.
O inquérito foi aberto pela Polícia Civil e encaminhado ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público. Meses depois dessa primeira denúncia, o prefeito foi novamente acusado de assédio.
Uma mulher contratada para cargo de confiança divulgou vídeo em que o prefeito aparecia prometendo contratá-la em troca de um encontro. Além do vídeo, outra prova utilizada foram conversas via WhatsApp entre o prefeito e a funcionária. O vídeo e a conversa serviram como prova para abertura do inquérito.
Desde o início das investigações, quatro mulheres registraram queixas por assédio sexual e abuso de autoridade contra Ross, segundo informações divulgadas pelo delegado da cidade, Gerri Adriani Mendes.
O prefeito também teve ajuizada contra ele uma ação civil pública por atos de improbidade administrativa. A Câmara de Vereadores da cidade instaurou, em maio, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos de Ross.