O final de semana foi bastante agitado no meio político. Nas redes sociais, especialmente Twitter e Facebook, começaram a circular denúncias que o colocam o Partido dos Trabalhadores (PT) no centro de um esquema envolvendo pagamento para influenciadores digitais.
Internautas contrários ao PT estão chamando o caso de “Mortadelagate” – as referências são ao embutido usado em lanches distribuídos por centrais sindicais e movimentos favoráveis ao PT em suas manifestações e ao famoso escândalo Watergate.
As denúncias dão conta de que o PT teria contratado uma agência que recrutou um grupo de influenciadores digitais, que receberiam R$ 1.500 por mês para promoverem e elogiarem candidatos do partido e pautas progressistas.
As denúncias teriam partido de um usuário do Twitter. Em seus textos publicados no microblog, ele afirma que a primeira pauta foi sobre Gleisi Hoffman, deputada federal pelo PT e presidente do partido. "Me pareceu uma pauta muito justa, então eu fiz o tweet sem resistência", comentou.
A mulher, cujo perfil é @pppholanda, identifica-se como petista. Seu nome no microblog é Votem Lula Haddad (em letras maiúsculas). A segunda pauta proposta pela rede de manipulação foi sobre Luiz Marinho, o candidato do PT ao governo de São Paulo.
"Comecei a ficar desconfiada, pois as duas primeiras eram pautas sobre petistas. Minha desconfiança explodiu hoje, na terceira pauta, sobre o governador do Piauí, Wellington Dias", comentou a usuária, que denunciou o esquema por não querer elogiar o trabalho de alguém que ela não conhece.
Prints divulgados por diversas páginas mostram um e-mail em que um responsável por angariar influenciadores entra em contato com uma delas e informa como funciona o “serviço”. A agência que está apontada como responsável por recrutar os influenciadores é a Lajoy. O site da empresa, fundada em 2010, está fora do ar desde a tarde de domingo (26).
O que diz a Lei
De acordo com o artigo 24 da resolução Nº 23.551 de 18 de dezembro de 2017 do TSE, “é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatos e seus representantes”.
Nota do governador do Piauí
“Sobre a repercussão do nome do governador Wellington Dias nas redes sociais, em especial no Twitter, é importante esclarecer que esta não é uma atividade organizada pela campanha. O que se observa pelos comentários nas redes sociais e nos prints que circulam é que este é um movimento nacional, que simpatiza com a esquerda e com o Partido dos Trabalhadores. O governador Wellington foi incluído de alguma forma por fazer parte deste contexto”, afirmou, em conteúdo publicado pelo portal GP1.