Nove partes do Pergaminho da Torá, que é um sacrossanto conteúdo do Judaísmo, cujo dono era Dom Pedro II, faziam parte dos objetos pertencentes ao Museu Nacional. Todavia, o Instituto de História Nacional afirmou que o objeto religioso escapou da destruição após o incêndio que atingiu o local no final de semana; a notícia foi divulgada nesta terça-feira (04/09).
Conhecidos como Pergaminhos de Ivriim, cópias originais escritas em hebraico datam mais de 400 a 1.000 anos e foram registradas pelo Iphan no ano de 1998, como resultado do significado arqueológico e bibliográfico. A comunidade judáica do Rio de Janeiro mostrou alegria quando soube que um símbolo sagrado para todos os judeus foi resgatado.
Os pergaminhos foram salvos por terem sido trocados antes do incêndio da área de obras raras da Biblioteca do Horto, situada na Quinta da Boa Vista, perto do Museu Nacional. Osias Wurman, que é atual Cônsul Honorário de Israel no Rio de Janeiro, afirmou que os pergaminhos estão entre os dez arquivos mais importantes do judaísmo.
"A Torá reúne os livros que Moisés teria recebido de Deus. Na religião judaica, uma Torá precisa ser aberta e fechada ao menos três vezes por semana, então, é um documento que precisa de constante cuidado. Por isso, está em restauração no Horto", afirmou Wurman.
De acordo com historiadores, Dom Pedro II obteve a Torá por ser pesquisador da cultura hebraica. Os estudos históricos mostraram que as cópias originais foram feitas no Iêmen por volta do século XIII.
Outros objetos importantes foram perdidos, mas a equipe de bombeiros continua realizando a busca no local, pois o Museu Nacional tinha um valor histórico inimaginável para o Brasil e o mundo, uma vez que continha peças históricas de extrema relevância.