Jair Bolsonaro sofreu a primeira baixa de seu mandato. Isso porque o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alecxandro Pinho Carreiro, após sofrer forte pressionamento, acabou pedindo a sua demissão do cargo, tendo desempenhado a função por uma semana.
A situação era um pouco embaraçosa. Para que Alecxandro pudesse permanecer no cargo, todo o estatuto da agência deveria ser alterado. Isso porque, além de não ser fluente na língua inglesa, ele não possui qualquer tipo de experiência na área. Em seu currículo constava apenas uma passagem pelo Sebrae, onde foi estagiário.
Diante disso, Carreiro ocupou o seu dia em várias reuniões, a fim de escolher as justificativas que seriam passadas diante do seu currículo. Após uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, no final da tarde, Ernesto Araújo divulgou por meio das redes sociais que Alecxandro deixaria o cargo. Anunciou para a substituição, o embaixador Mário Vilalva.
A Apex, até o momento, não emitiu nenhuma nota informando a situação, assim como Carreiro. Durante o governo de Michel Temer, a agência deixou de ser alçada ao comércio exterior, passando aos trabalhos diante do Itamaraty, a fim de se aproveitar da estrutura das embaixadas para a promoção das empresas brasileiras.
Depois de prestar serviços no Sebrae, Alecxandro participou da equipe de marketing da Caixa, exercendo atividades em seu núcleo de mídia. Em menos de dez anos, acaba por assumir o comando da Apex. Informações indicam que ele teria ligações próximas com o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O ocorrido causou um certo temor na equipe do governo, assim como nos eleitores, uma vez que um episódio envolvendo esta situação – falta de currículo de um membro do governo – pode colocar em desconfiança e em falta de credibilidade o corpo político de Jair Bolsonaro.