Diante do contexto da Reforma da Previdência, o governo de Jair Bolsonaro poderá sofrer a primeira greve geral, fomentada pelas centrais sindicais do Brasil. Pelo menos é o que se espera, em fevereiro, quando o texto será apresentado ao Congresso Nacional.
Isso porque os movimentos apontam uma série de sacrifícios para com a classe dos trabalhadores, em decorrência das mudanças planejadas. Entre eles, estão o aumento da idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres, bem como questionamentos acerca do novo ‘sistema de capitalização’, defendido por Paulo Guedes.
A equipe econômica do governo ainda não apresentou a proposta de reforma, mas o texto deve ser concluído logo. O ministro da Economia já deu detalhes sobre a proposta para o futuro da Previdência.
O novo regime deverá adotar um sistema de capitalização, em que cada trabalhador irá contar com a sua própria poupança, a ser depositada em uma conta que será exclusivamente sua. No atual modelo vigente, as contribuições da população economicamente ativa é que sustentam as aposentadorias.
Porém, há críticas para este sistema. No Chile, país que adotou semelhante sistema, as aposentadorias que são pagas hoje representam, segundo o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, o IBDP, cerca de 30% do que era antes da reforma, o que significa dizer que a população aposentada perdeu cerca de 70% de sua renda.
O período de transição previsto, da regra atual para a futura, deverá ser de dez a doze anos, o que significa um prazo menor do que o proposto pelo ex-presidente, Michel Temer.
Em entrevista ao canal SBT, Jair Bolsonaro afirmou que as idades mínimas para a aposentadoria poderiam ficar na casa dos 62 anos para homens, e 57 anos para as mulheres.
A declaração gerou desconforto na equipe econômica. A proposta de Temer, por exemplo, era de 65 e 62 anos, respectivamente. Embora esse quesito ainda não esteja definido, o ministro da Casa Civil admitiu que a fala de Bolsonaro, quanto a idade, possui grande força, podendo ser o modelo a ser adotado.