A voluntária Gabriella Pereira, de 23 anos, costumava realizar trabalhos com moradores de rua, visitava orfanatos e também albergues. Sua vida mudou quando conheceu a pequena Jullia em um orfanato da cidade de São Paulo. A partir daquele momento, começou a se dedicar apenas a menina. Nos últimos dois anos, ela a visitava sempre que podia.
A pequena Jullia sofria de Leucemia e não tinha mãe e nem pai por perto. Sozinha, a luta contra o câncer só não foi mais difícil porque ela tinha em Gabriella a mãe que nunca teve. No dia 1º de janeiro, com a doença se agravando, Jullia escreveu uma carta para Gabriella.
A carta foi entregue na última quarta-feira (9), data em que a Jullia não resistiu a doença que começa na medula óssea e morreu. O texto, escrito com a ajuda de uma assistente social, seria entregue apenas no dia 27 de janeiro, quando Gabriella faz aniversário.
“Quero te pedir obrigado por me conhecer, por vir me ver. Você é a minha melhor amiga e eu queria que você fosse a minha mãe, pedi para o papai do céu me fazer sarar, porque aí você ia arrumar os documentos e me adotar”, diz trecho da carta.
“Tia Gabi, eu te amo, e estou pintando as bolinhas do calendário igual você disse e só faltam duas fileiras para o dia do seu aniversário, mas estou muito doente e com dor, por isso, se eu for morar com o papai do céu, não fica triste, porque eu te amo e só você é a minha melhor amiga”, escreveu a menina.
Ao G1, Gabriella contou que pensou em adotar a menina, mas não chegou a dar entrada na papelada. Diante da perda tão dolorosa, ela disse que vai parar com o trabalho e vai se dedicar à carreira profissional. “Não tenho mais estrutura”, desabafou.