A cantora Daniela Mercury está sempre na mídia como uma celebridade pró-LGBT. Não é novidade para ninguém que, após ter se assumido bissexual, a artista da Bahia e diva do axé passou a defender com muito mais propriedade de causa a população marginalizada pela sua orientação sexual e identidade de gênero.
Daniela chamou a atenção nas redes sociais nesta quarta-feira (23/01) por criticar a ministra do governo de Jair Messias Bolsonaro (PSL), a pastora Damares Alves. Escolhida para cuidar da pauta da mulher e dos direitos humanos, a religiosa polemizou recentemente com a fala “menino usa azul e menina usa rosa”.
A cantora mandou um recado para Damares junto com Caetano Veloso em uma música lançada para o Carnaval deste ano. A indireta também seria para o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
A música se chama “Proibido o Carnaval” e busca uma reação da sociedade à onda conservadora que tem aflorado nos últimos tempos. Segundo a cantora, é uma reação também ao que ocorreu após o impeachment da ex-presidente Dilma Rouseff (PT), em 2016.
“Abra a porta desse armário/ Que não tem censura pra me segurar/ Abra a porta desse armário/ Que alegria cura/ Venha me beijar/Tá proibido o Carnaval/ Nesse país tropical”, diz a letra da canção.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Caetano Veloso acredita que Daniela representa a defesa dos direitos LGBTs na música.
“Com o poder satírico, mas, ao mesmo tempo, livre da própria sátira que faz. É Carnaval, mesmo. Evidentemente, é uma reação, uma resposta à tendência censora dos poderes brasileiros hoje. Isso é interessante”, disse o cantor.