A tragédia ocorrida na última sexta-feira em Brumadinho-MG conta até o momento com 60 mortos e 292 desaparecidos em meio ao mar de lama causado pelo rompimento da barragem de dejetos da mina do Córrego do Feijão, mina essa de propriedade da Vale.
Devido a magnitude da tragédia, a Justiça de Minas Gerais já bloqueou até o momento o montante de 11 bilhões de reais da empresa. No entanto, a parte jurídica da Vale vêm tentando reverter essa decisão e até já foi feito um pedido de reconsideração sobre o bloqueio, ingressado há pouco na Comarca de Brumadinho.
O advogado da Vale, Sergio Bermudes afirma que a empresa não vê responsabilidade alguma sobre o acontecido: “Nem por dolo, que é infração intencional da lei, nem por culpa, que é a infração da lei por imperícia, imprudência ou negligência”. Bermudes completou seu comunicado dizendo que a empresa atribui a tragédia a um caso fortuito que ainda está sendo apurado.
Sergio Bermudes fez questão de afirmar que não houve crime praticado pela Vale e ainda criticou as declarações da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que disse que a empresa deve ser responsabilizada severamente pela tragédia. O advogado afirmou que é de total interesse da Vale averiguar se houve algum tipo de crime, mas que até agora não vê nenhum indício que seja.
Outro membro do atual governo, o senador Renan Calheiros, do MDB, também fez duras críticas à Vale e disse nesse domingo (27) que a diretoria da empresa deveria ser afastada. Bermudes retrucou dizendo que a Vale é atualmente uma empresa privada e não deve ter nenhum tipo de intervenção do governo.