A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicou nesta terça-feira, dia 5, um estudo que concluiu que a população afetada pelo rompimento da barragem de Brumadinho corre um sério risco de apresentar doenças infecciosas como, por exemplo: febre amarela, dengue, esquistossomose, leptospirose. Além dessas doenças, pode haver o agravamento de doenças respiratórias, problemas de hipertensão e transtornos mentais como depressão e ansiedade.
Um dos responsáveis pelo estudo, foi o pesquisador Carlos Machado de Freitas que cedeu uma entrevista para o canal G1 e afirmou que no caso de Barra Longa (cidade em que houve o rompimento da barragem da Samarco em 2015), houve um aumento de 3.000% nos casos de dengue.
Há riscos também de problemas respiratórios e de pele, principalmente quando a lama secar, pois se transformará em poeira e todos terão contato com ela diretamente. Nas próximas semanas, esses efeitos já serão sentidos pela população, porém alguns serão manifestados apenas a longo prazo, como a contaminação por chumbo, cádmio e mercúrio, que já tiveram suas existências encontradas na lama.
As águas do rio Paraopeba também foram contaminadas e pode afetar a população. Segundo avaliação de Carlos Machado de Freitas: “A gente ainda não sabe os níveis de contaminação nem toda a composição da lama — mas essa contaminação certamente vai comprometer o abastecimento. Ao comprometer o abastecimento, ele tem um impacto também no armazenamento de água, e em doenças como a dengue. Além disso, o uso dessa água ou a coleta de peixes dessa água pode significar a ingestão de água ou alimentos contaminados“.
Freitas afirmou ainda que com base nos desastres da Samarco, Mariana e outros que eles tem investigado, poderá ocorrer também o agravamento de doenças crônicas (hipertensão e diabetes) por conta do impacto na saúde mental, pois ocorreu uma desorganização dos meios e condições de vida de forma geral.
O pesquisador alega ainda que é muito importante a necessidade de estruturar os serviços de saúde para atender a população principalmente a longo prazo, ao ponto que os atendimentos emergenciais deixem de ser feitos. Dessa forma, evita-se que essas doenças ocorras novamente e sejam tratadas como se tivessem sido de forma natural.