A região central de Mali viveu uma de suas piores tragédias neste sábado (23). Homens armados fizeram um verdadeiro massacre, matando cerca de 110 pastores da etnia fulani.
As informações sobre o ataque, um dos mais letais em uma região que sofre com uma violência étnica e jihadista, foi dada pelo prefeito da cidade.
O ataque a Vila Ogassagou aconteceu depois de uma missão realizada pelo Conselho de Segurança da ONU, que visou encontrar soluções para as violências que mataram centenas de pessoas no ano passado, e vem se espalhando pela região de Sahel, no oeste da África.
O prefeito de Bankass, cidade próxima, Moulaye Guindo, alegou que vários homens armados, vestidos com roupas de caçadores Donzo, cercaram a cidade de Ogassagou e atacaram sem piedade. Em entrevista à Reuters, o político disse que havia muitos mortos. Logo em seguida, ele complementou dizendo que, a vila atingida está arrasada pelo massacre.
Um dos moradores da vila onde aconteceu o massacre, que pediu para não ser identificado pela reportagem, revelou que o ataque teria sido motivado por uma retaliação à reivindicação que vem sendo feita por parte da Al Qaeda. Segundo ele, na última sexta-feira, 23 soldados foram mortos.
O grupo se pronunciou dizendo que a retaliação aconteceu por conta da violência do exército de Mali e milicianos contra os fulani. Grupos jihadistas que supostamente estariam ligados a à Al Qaeda e ao Estado Islâmico, estariam explorando rivalidades étnicas em Mali e nas vizinhas Burkina Faso e Níger, na intenção de conseguir reforçar o recrutamento, tornando vastas áreas de territórios que são virtualmente ingovernáveis.