A passagem do ciclone Idai pela África, no dia 14 de março, deixou um rastro de destruição em Moçambique, Zimbábue e Malaui. Um mês depois, no dia 15 de abril, na Europa, um incêndio destruiu a Catedral de Notre-dame, em Paris.
Não há dúvidas de que se tratam de duas tragédias. A da Europa atingiu a catedral, mas não abalou a estrutura e tudo poderá será reconstruído. A tragédia da África, por outro lado, atingiu o bem mais precioso que uma pessoa pode ter: a própria vida.
Mil pessoas morreram nos três países. Dezenas de milhares estão desabrigados. Há fome e um rastro de destruição em muitas cidades. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), serão necessários 337 milhões de dólares – equivalente a R$ 1,3 bilhão – para dar ajuda humanitária aos paises afetados nos três primeiros meses. De acordo com a organização, apenas 2% deste valor foram arrecadados até o momento.
Em Paris, por outro lado, a situação é bem diferente. Em menos de 48 horas e contando com a doação de diversos milionários, já foram arrecadados 900 milhões de dólares – equivalente a R$ 3,5 bilhões. O presidente francês Emanuel Macron promete reconstruir Notre-Dame em cinco anos. O local é um dos pontos turísticos mais visitados da “Cidade Luz”.
Seguindo o cálculo da ONU, o valor arrecadado em Paris daria para cobrir quase nove meses de despesas na África. A diferença dos valores está causando debate nas redes sociais. Muitos internautas estão criticando a diferença das ajudas dadas em cada um dos casos.