Bispa Sonia diz que quer ajudar mulheres que chegam ao altar com olho roxo

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Sonia Hernandes é uma das fundadoras da igreja evangélica Renascer em Cristo e alegou que em sua igreja costumam atender cerca de 100 mulheres por mês que pedem ajuda para se livrarem da violência doméstica. Ela afirma que estas mulheres geralmente a procuram no altar com olhos roxos, hematomas nos braços e pernas e relatam ameaças que costumam sofrer por parte dos maridos. 

Por conta disso, bispa Sonia diz ter montado um equipe de advogados voluntários para auxiliar mulheres vítimas de violência doméstica e diz ter conversado com a promotora de justiça, Gabriela Manssur, do Gevid, para tentar selar uma parceria. 

A bispa evangélica diz que pretende implantar em suas igrejas o projeto Tempo de despertar, idealizado pela promotoda Gabriela Manssur. O programa atualmente funciona em fóruns de Justiça de São Paulo, promovendo tratamento psicológico e grupo de conversa para homens, com o intuito de diminuir o número de agressões e ressocializar os agressores.

Segundo a promotora Gabriela Manssur, o projeto Tempo de despertar será expandido para outras igrejas evangélicas e uma igreja católica também se mostrou interessada.

Por medo de denunciarem seus agressores, muitas mulheres vítimas de agressão, encontram nas igrejas uma escapatória para poderem se expressarem, para que os lideres religiosos a ajudem sobre o que fazer. Porém, para a bispa, muitas instituições falham no trabalho contra a violência doméstica. “Sei que há instituições religiosas, e não só evangélicas, que fazem a mulher aceitar se calar. Isso arrebenta a vida delas”, afirma Sonia Hernandes.

No dia 22 de junho, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil, que reúne as igrejas Católica, Luterana, Anglicana, Batista, Presbiteriana e Ortodoxa, divulgou um comunicado aos líderes religiosos pedindo para que parem de aconselhar as mulheres que são agredidas fisicamente pelos maridos a orarem e esperarem em Deus e comecem a incentivá-las a irem até uma delegacia e denunciar o agressor. No comunicado divulgado, também falaram que quando os líderes não instruem as vítimas a denunciarem o agressor, tornam-se cúmplices.