Nascida na cidade de Morón, província de Ciego de Ávila, em Cuba, a médica Maydelkis Ferrer está vivendo maus bocados após o término do programa Mais Médicos, que era mantido pelo Governo Federal.
Ela tem trabalhado com a venda de espetinhos de churrasco para conseguir pagar as contas e se manter financeiramente ativa. Casada com um baiano desde o ano passado, ela não pretende voltar à sua terra natal.
Segundo a própria médica, seu desejo atual é manter-se num trabalho honesto a ficar sem fazer nada. Ela mantém a esperança viva de conseguir um emprego melhor. Seu marido divide a função de vendedor com ela.
Médica cubana relembra chegada no Brasil
Ao chegar para o acolhimento em terras brasileiras, Maydelkis passou 60 dias em Brasília, onde foi informada que trabalharia na Bahia. Segundo ela, o prazo foi necessário para que houvesse a liberação da documentação legal por parte da Polícia Federal.
Seu trabalho se deu, principalmente, ao lado de outras quatro médicas cubanas em seis unidades de saúde de Jacobina. Elas substituíam os médicos brasileiros quando estes saíam de férias.
Mesmo elogiando a receptividade dos baianos, a profissional da saúde criticou a xenofobia. Segundo ela, existem muitos ataques nas redes sociais onde é dito que ela e seus colegas não são médicos de verdades.
Segundo Maydelkis, ela escutava dos críticos mais ferrenhos que eles eram enfermeiros e veterinários. Ela taxou as críticas como “comentários absurdos”.
O governo cubano abandonou o Mais Médicos em novembro de 2018, supostamente por culpa do presidente eleito na época, Jair Bolsonaro.