A relação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com alguns veículos de imprensa não é nada boa desde o ano passado, quando acontecia a campanha eleitoral e ele começou a crescer e despontar como um novo possível para assumir a presidência da República.
Na terça-feira (6), Bolsonaro assinou uma Medida Provisória (MP) que desobriga empresas a publicarem os seus balanços financeiros nos jornais impressos de todo o país.
Na prática, isso pode significar prejuízo para alguns jornais, que costumeiramente são criticados por Bolsonaro e por seus apoiadores por uma suposta parcialidade ao dar notícias sobre o presidente.
As empresas que publicam balanços patrimoniais nos jornais impressos pagam por isso. Sem a obrigação, certamente não o farão. Será dinheiro a menos nos cofres das empresas jornalísticas. Com a MP, os balanços podem ser publicados pela Bolsa de Valores do Brasil e Diário Oficial da União.
Na terça, em tom de deboche, Bolsonaro afirmou que assinou a MP no dia anterior como retribuição à forma como foi tratado pela imprensa em 2018. A decisão de Bolsonaro causou bastante polêmica.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) emitiu nota criticando a atitude de Bolsonaro e classificou o ato como retaliação à imprensa. Os apoiadores de Bolsonaro, que também mantêm relação conturbada com parte da imprensa, comemoraram nas redes sociais.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, também criticou o presidente Jair Bolsonaro, afirmando que a MP pode inviabilizar jornais da noite para o dia.