Um projeto inovador foi criado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Rio do Janeiro, através da Escola Judicial do TRT-RJ. O objetivo é fazer com que juízes trabalhistas possam “sair do automático” na hora de julgar processos, de forma que possam sentir na pele o que muitos autores de ações sentem diariamente.
O projeto não é uma obrigação, mas um convite feito cordialmente aos juízes e desembargadores do Rio de Janeiro. Participa quem quer e os que assim decidem, passam por um treinamento prévio para entender não só o objetivo do projeto, como também a rotina de trabalho que vão encarar por um dia.
Aqueles que aderem a iniciativa podem trabalhar por um dia como faxineiros, garis, telefonistas, cobradores (inclusive de ônibus), ajudantes gerais de diferentes áreas, entre outros cargos. Muitos desses cargos que eles exercem a atividade no projeto, são as que mais demandam processos trabalhistas por diversos motivos, mas principalmente pela falta de condições adequadas de trabalho e descumprimento da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
O magistrado Thiago Mafra da Silva aceitou trabalhar por um dia como gari, e admitiu o quanto é difícil a rotina dos trabalhadores dessa função. Thiago chegou a declarar que devido a insolação do trabalho na rua, acabou vomitando durante o expediente. O juiz ainda salientou o quanto a empatia é importante, pois todos os dias é necessário se colocar no lugar do trabalhador e do empregador para tentar solucionar as lides processuais. Thiago trabalhou como os demais garis, sem chapéu, nem protetor solar, recolhendo lixo de uma praia carioca debaixo de um sol escaldante.
Marcelo Augusto Souto de Oliveira, diretor da Escola Judicial do TRT-RJ, declarou que o juiz que já perdeu a empatia, também perdeu a sua capacidade de ser um juiz. A iniciativa ganhou destaque em importantes meios de comunicação, como a BBC.