Antônio Fagundes concedeu uma entrevista para o Jornal O Globo e comentou sobre a possibilidade da atriz Regina Duarte vir a se unir com o presidente Jair Bolsonaro, tornando-se secretária da cultura do governo. O veterano das novelas diz que torce para que a colega “não saia queimada”, e de quebra ainda mandou um recado.
“Tenho sempre pena de artista que entra nessa jogada [da política]. Temos tanta coisa para fazer, e o jogo sujo da política só pode trazer coisa ruim”, opinou o astro da novela Bom Sucesso.
O artista demonstrou conhecimento da questão orçamentária do governo e opinou, dizendo que com uma dotação na casa dos 0,6% é praticamente impossível uma pessoa ter condições para gerir toda a imensidão cultural que exige o território brasileiro, com todas suas riquezas: “Não falo só de teatro e cinema, mas de patrimônio histórico, museus, sinfônicas, companhias de dança, de circo…”, enumerou ainda.
Ele lamentou o fato do governo atual não dar a devida importância que a questão cultural do país exige, mas salientou que o descaso vem existindo desde sempre, quando os portugueses aqui desembarcaram em 1500.
O ator da Rede Globo teceu críticas também à política que vem sendo adotada pela Lei Rouanet. De acordo com ele, o incentivo fiscal para a cultura em forma de patrocínio é sempre muito bem vindo, mas da maneira como vinha acontecendo acabou indo parar nas mãos de marqueteiros para auferir lucros: “Quem tem que determinar é o público. Temos que ter liberdade de fazer, e o público, de assistir. Se não quiser, é só não ir. Arte tem que ser livre”, definiu ainda.