Nesta quinta-feira, 14 de maio, o apresentador William Bonner surpreendeu ao anunciar uma mudança de postura no Jornal Nacional. A alteração, para o colunista Maurício Stycer, do UOL, seria uma espécie de resposta ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Ao vivo na Globo, William Bonner não mediu palavras ao falar que as mortes do coronavírus não eram números, mas pessoas que iam embora e deixavam uma história. O comunicador anunciou então que, a partir daquela data, sempre que se fosse falar da Covid-19 no telejornal, ao invés de mostrar um gráfico do vírus, outra imagem seria colocada.
William Bonner revelou que a escolha é das vítimas mortas por conta da doença. No Brasil, já são 14 mil mortos por conta da doença. Os números por aqui são tão elevados, que já são quase 20 vezes maiores ao da última pandemia no país, a de H1N1, que matou pouco mais de 800 pessoas no início dos anos 2000.
“A frase pareceu uma resposta da Globo a quem, como o presidente Jair Bolsonaro, considera prioritário proteger empregos, defende a retomada das atividades econômicas e ataca as medidas de isolamento social“, disse o colunista Maurício Stycer, ao defender a visão que a mudança no telejornal seria uma resposta ao governo federal, comandado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Também pode ter sido uma resposta ao vice-presidente, Hamilton Mourão, que atacou a imprensa ao dizer que a mesma deveria mostrar também a opinião daqueles que são a favor do fim do isolamento, acusando claramente de haver uma parcialidade na informação divulgada.
A guerra política sobre a retomada ou não das atividades deve perdurar bastante tempo. Isso também deve causar prejuízos econômicos sem precedentes. Isso porque pode ser mais barato para uma empresa decretar falência, do que manter sua estrutura por mais tempo com as portas fechadas.