O diretor de um importante hospital na Itália deu uma declaração polêmica e que acabou dividindo a opinião dos profissionais da área da saúde. Alberto Zangrillo disse que o coronavírus estaria enfraquecendo.
O problema é que a Itália vem tentando retomar sua rotina, mas existe o temor de que venha uma segunda onda de contágios e que a situação relativamente controlada volte a se complicar nas próximas semanas.
Alberto Zangrillo é diretor da UTI do Hospital San Raffaele, em Milão e ontem ele deu uma entrevista onde declarou que, ‘clinicamente, o novo coronavírus não existe mais’.
O médico citou o fato de que há cerca de um mês era possível ouvir os epidemiologistas falando sobre o medo de uma nova onda que chegaria no fim do mês de maio ou no início de junho, onde muitos leitos nas UTIs seriam ocupados. Só que a realidade é bem diferente desta previsão e, por isso, Zangrillo acha que do ponto de vista clínico, o vírus não existe mais.
O diretor da clínica de doenças infecciosas do Hospital San Martino, em Gênova, Matteo Bassetti também pensa desta forma. Para ele, a potência que o vírus tinha há dois meses não é a mesma que tem atualmente.
“É evidente que a doença Covid-19 é diferente hoje. Sua apresentação clínica é, de fato, muito mais leve”, disse Bassetti, alegando ainda que os pacientes nestas últimas semanas já não apresentam casos tão graves como os de março e abril.
Só que autoridades sanitárias do governo italiano contestam esta possibilidade de ter ocorrido um enfraquecimento do vírus e que há um ‘absoluto desconcerto’ nas declarações dadas por Zangrillo.
Franco Locatelli, que é membro do Comitê Técnico-Científico na Itália, disse que é só conferir o número de novos casos confirmados diariamente para saber que o vírus segue firme na Itália e que declarações perigosas podem levar a população a deixar de lado o isolamento social.