Na tarde desta quinta-feira (4), o Governo Federal anunciou a retirada de R$ 83,9 milhões do Bolsa Família e o destinou para a Secretaria Especial de Comunicação Social, a Secom. Os recursos que seriam enviados para o programa serão usados agora para a publicidade oficial do governo de Jair Bolsonaro.
Essa portaria, que prevê o desvio do dinheiro que seria usado na região Nordeste, foi publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira (2). Quem assinou a autorização do saque foi o secretário executivo do Ministério da Economia, Waldery Rodrigures.
Para efeitos de comparação, em tempos de pandemia pelo novo coronavírus, esse montante poderia comprar cerca de 1.263 respiradores hospitalares ou ainda mais de 850 mil testes do tipo RT-PCR.
Os recursos que até então eram do Bolsa Família serão destinados agora para divulgar as peças de publicidade que têm o seguinte slogan: “Proteger vidas e empregos”. Essa nova campanha vem após o insucesso de “O Brasil não pode parar”, que teve veto judicial.
Essa nova campanha, que será veiculada pela Secom, é totalmente contrária a que foi produzida pelo Ministério da Saúde, com a finalidade de utilidade pública, além de repassar orientações sobre o novo coronavírus e a covid-19. Já foram gastos mais de R$ 61 milhões; e essa despesa poderá aumentar ainda mais.
Até o momento, as verbas para custear a publicidade institucional do governo de Jair Bolsonaro têm saído do “Enfrentamento da Emergência de Saúde Nacional”. Agora, a Secom fez a centralização da criação dessas publicidades.