A intrigante história da mulher que envenenou mais de 600 homens e levou muitas mulheres à libertação de um casamento violento, possessivo e sem amor. Giulia Tofano marcou época e deixou um legado que foi reproduzido em sua biografia. Nascida no século XVII, por volta do ano 1620, a mulher atuou no mercado farmacêutico de venenos por 20 anos.
A intrigante história da mulher que envenenou mais de 600 homens
Filha de uma mulher do ramo farmacêutico, ela nasceu dentro desse mercado e logo começou a se inteirar do assunto. Sua mãe foi morta quando ela ainda era pequena e, depois da partida de seu marido, ela mudou-se com a filha pequena para Nápoles e, posteriormente, para Roma.
Foi em Roma que seu sucesso começou. Com a ajuda de algumas mulheres e de sua filha, ela ficou conhecida. Muitas mulheres a procuravam buscando uma solução para dar fim a um casamento que as fazia infeliz. Muitos maridos eram agressivos, ciumentos e violentadores. Cansadas de tanto sofrimento muitas mulheres procuravam Giulia e seu veneno imperceptível.
Só século XVII, os casamentos não eram sempre por amor ou escolha como nos dias atuais. As mulheres eram oferecidas em acordos e não tinham opção.
O veneno de Giulia dava a essas mulheres uma forma de se livrar dessa situação e se tornar uma viúva rica e respeitada. O veneno era bem disfarçado, ele poderia vir em forma de pó, e colocado em potes comuns para maquiagem ou em formato líquido. Giulia os escondia em imagens de santos, assim, os objetos poderiam ficar na casa sem levantar nenhuma suspeita.
Muito à frente de seu tempo, a mulher fez um veneno mortal que não era identificado na autópsia
A farmacêutica trabalhou durante 20 anos, mas uma esposa arrependida colocou tudo a perder denunciando a dona do veneno. A Aqua Tofano, como o veneno foi batizado, funcionava em 4 etapas, a primeira dose fazia o homem ficar com um resfriado muito forte, a segunda deixava ele mais debilitado, na terceira dose, o homem ficava de cama e a quarta levava ele a óbito. O mais intrigante de tudo é que no laudo da autópsia o veneno não aparecia. O laudo indicava morte por resfriado.
Quando Giulia foi denunciada, ela fugiu e se refugiou em uma igreja, mas seu esconderijo durou pouco e ela foi capturada. Após sofrer tortura, confessou os 600 envenenamentos e foi condenada à morte.