Doméstica é mantida por 35 anos em condições de trabalho escravo, mas se recusa a ‘abandonar’ patroa

Segundo MPT, Justiça do Trabalho determinou pagamento de cerca de R$ 170 mil de indenização por danos morais.

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A Justiça do Trabalho da Bahia condenou uma mulher por manter uma empregada em condição de trabalho escravo por mais de 35 anos. Durante todo esse tempo, a doméstica não recebeu qualquer tipo de dinheiro pelas atividades que executava. O caso ganhou repercussão nesta quarta-feira, 10 de junho, em uma matéria publicada pelo portal de notícias G1. 

A Justiça determinou que a patroa pague a quantia de R$ 170 mil à trabalhadora por danos morais. Além disso, ela ainda deve pagar os valores referentes ao tempo em que ficou na casa onde trabalhava. Pessoas anônimas chegaram a fazer denúncias sobre a empregada doméstica ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que investigou a ação. 

No local onde trabalhava, a doméstica, que tem inúmeros calos na mão, confirmou que nunca recebeu qualquer tipo de pagamento. A mulher disse que tinha um laço afetivo com a família e não aceitou deixar o local. Ela informou que, em troca do seu trabalho, recebia vestuário, alimentação e moradia.

Mesmo não fazendo o resgate da trabalhadora, o MPT decidiu levar o caso às Justiça. Na decisão, foi ordenado então que os valores devidos à empregada fossem pagos. O valor a ser repassado, no entanto, será por cinco anos de trabalho, já que há prescrição de direitos trabalhistas após esse tempo.

O MPT informou que teve autorização para entrar na casa da empregadora e verificar a denúncia, pois a mulher já havia sido chamada para falar sobre o caso, mas não apareceu. Casos como o descrito na matéria, infelizmente, são comuns em todo o Brasil.