Dançarina é condenada à prisão após postar vídeos no TikTok

Lei de crimes cibernéticos foi instituída em 2018 no Egito e já puniu várias influenciadoras.

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Sucesso do momento entre as redes sociais, o TikTok acabou sendo pivô da prisão da egípcia Sama el-Masry, uma dançarina de dança do ventre. A mulher de 42 anos foi condenada a três anos de prisão e ao pagamento de uma multa no valor de US$ por ter praticado “atos indecentes”, pelo sim fato de ter postado fotos e vídeos nas redes sociais.

Sama el-Masry foi acusada pelo Ministério Público do Egito de “cometer atos indecentes em público”, “incitar a prostituição” e “violar os valores familiares da sociedade egípcia”. Detida em abril, a dançarina negou ter tido a autora das publicações dos vídeos no TikTok, alegando que teve o seu aparelho de celular roubado. Segundo ela, o conteúdo teria sido publicado por outra pessoa, sem a sua aprovação.

Integrante do membro do parlamento do Egito, John Talaat solicitou uma ação contra a mulher de 42 anos e outras usuárias da rede social. Em entrevista à Reuters, ele afirmou que tanto Sama el-Masry como outras influenciadoras estavam destruindo os valores e tradições da família.

“Há uma enorme diferença entre liberdade e devassidão”, afirmou Talaat.

A defesa

Responsável por defender a dançarina, a advogada Entessar el-Saeed, afirmou que somente mulheres são alvo da rígida lei de crimes cibernéticos no país, que foi criada em 2018.

Desde a instituição da lei, várias mulheres egípcias já foram acusadas de “incitar deboche” desafiando as normas conservadoras do país. Recentemente, um grupo de influenciadoras no Instagram e Youtube foi detido pelas autoridades justamente por contrariar as medidas rígidas estabelecidas.