Muito se fala sobre cirurgia bariátrica no Brasil. Inclusive sobre a segurança da mesma. Contudo, hoje o procedimento resulta em técnicas mais simples e menos invasivas. Ainda assim, torna-se importante reforçar quais são as tecnologias empregadas e como se dá cada indicação de cirurgia.
Uma das pesquisas ‘Vigitel’, divulgada pelo Ministério da Saúde, mostrou que 41,6 milhões de pessoas no Brasil possuem IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30. E destes, 13,6 milhões têm IMC acima de 35.
Quando se fala em IMC acima de 35 e a pessoa tem alguma doença associada, o caminho para uma das cirurgias bariátricas é aberto. Entretanto, qual a melhor técnica e quais tecnologias hoje ministradas nos procedimentos?
Principais técnicas de cirurgia bariátrica
As principais técnicas de cirurgia bariátrica empregadas no país são basicamente duas:
- Sleeve, onde se tira apenas um pedaço do estômago e é conhecida como gastrectomia vertical;
- Bypass, em que, além da retirada de um pedaço do estômago, há o procedimento de desvio do trânsito intestinal (especificamente no intestino delgado).
“Na técnica Sleeve, a perda de peso é um pouco maior e logo após a cirurgia. Porém, a chance de manutenção dessa diminuição de peso é menor num longo prazo. Ou seja, o paciente perde peso mais rápido, mas as chances de adquirir quilos a mais é um pouco maior”, explica o cirurgião bariátrico Dr. Wanderson Gonçalves.
Vale ressaltar que o procedimento Sleeve é restritivo, ou seja, há apenas a diminuição do espaço onde a comida vai entrar. Já na técnica denominada Bypass, perde-se peso de uma forma mais lenta, porém, consegue-se manter a balança num longo prazo. O procedimento, além da diminuição da entrada por onde passa a comida, desvia-se o intestino para que se tenha uma menor absorção de certos nutrientes.
“Por isso ele é mais efetivo. Come-se pouco e, passando para o intestino, não se absorve tudo o que foi ingerido, apenas parte disso”, acrescenta o médico.
Outras técnicas
Há procedimentos mais específicos para o paciente com obesidade mais acentuada. A primeira técnica é a Scopinaro, e temos também a Duodenal Switch. Em ambos os casos o desvio do intestino é muito maior do que no procedimento Bypass, gerando algumas consequências a mais no pós-cirúrgico.
“O paciente fica mais desnutrido, disposto a uma anemia maior. Além disso, ele precisa de uma atenção redobrada na reposição de vitaminas e sais minerais. Há ainda a nutrição parenteral, ou seja, endovenoso, já que o paciente perde muito de absorção”, explica o Dr. Wanderson.
Contudo, quando a pessoa tem um IMC acima de 50, até 60, para que haja uma perda de peso mais adequada, essas duas técnicas são viáveis.
“Essas técnicas não são muito difundidas. Eu mesmo realizei até agora uma Scopinaro somente. E quando se fala entre um procedimento ou outro, o que difere é o jeito de realizar o desvio no intestino delgado”, esclarece o médico.
Novas tecnologias
O emprego das novas tecnologias disponíveis no mercado facilitou muito o procedimento de cirurgia bariátrica no Brasil e no mundo, tanto pela segurança quanto na recuperação do paciente.
As primeiras cirurgias eram realizadas com um corte grande na barriga, indo do esterno até um pouco acima do umbigo. E como o obeso tem um tecido adiposo grande, isso formava a liquefação da gordura na região, dificultando a ligadura entre o estômago e o intestino.
“Com o espaço mais restritivo e a gordura fazendo força pra fechar a barriga, o cirurgião precisava da ajuda do auxiliar, ou seja, a cirurgia era literalmente feita a quatro mãos”, expõe o doutor.
Além disso, as costuras eram feitas manualmente. Hoje há a facilidade dos grampeadores. Até a pouco tempo havia os de duas linhas de grampo. Agora o procedimento já é realizado com o de três linhas. Isso melhorou a segurança de ligadura do intestino com o estômago, além dos recortes no segundo.
E se a cirurgia resultava em fístulas, o índice delas diminuiu muito.
A cirurgia videolaparoscopia é outra que ganhou protagonismo. Há uma visão muito mais ampla dos órgãos, inclusive do intestino delgado. Fica mais fácil manipulá-los.
“E hoje há a cirurgia robótica, tornando a técnica mais precisa. Qualquer corte que faça, ele é milimétrico e minimamente detalhado. A chance de erro diminui drasticamente. Na robótica, há a visão 3D”, finaliza o Dr. Wanderson Gonçalves.
Dr. Wanderson Gonçalves – CRM 175640
O Dr. Wanderson Gonçalves é médico especialista em cirurgias minimamente invasivas, um dos médicos mais reconhecidos que atuam em cirurgia do aparelho digestivo em SP, aplicando cirurgias videolaparoscópicas do aparelho gastrointestinal, incluindo cirurgias oncológicas.
Acesse o site: www.wgacirurgiageral.com.br