Bianca Bittencourt, 22 anos, foi diagnosticada com autismo na fase adulta e falou sobre o quanto foi difícil a vida desde pequena. Ela disse que sempre soube que não se encaixava desde quando era criança. Inclusive, já apresentava episódios de depressão quando tinha apenas 10 anos e chorava diariamente quando chegava da escola.
A jovem explicou que a luz, o barulho e a sensação térmica, tudo isso era um grande incômodo. Por diversas vezes foi para dentro do banheiro almoçar, pois não queria estar na companhia de outras crianças. Quando tinha apenas seis anos deu início a terapia por causa de episódios de depressão. Na ocasião, era algo difícil conseguir um profissional que conseguisse diagnóstico de autismo em meninas.
Era muito comum que a maioria dos especialistas acreditarem que o autismo era presente apenas nos meninos. A jovem disse que a mãe sempre soube que havia algo de diferente, pois tinha dificuldade de viver socialmente. Como trabalhava na coordenação da APAE e tinha experiência em atuar com crianças especiais, a mulher acreditava que a filha tinha todos os indícios do autismo. Porém, nenhum profissional da área conseguia ter esse olhar.
Somente anos depois, já na fase adulta, uma consulta com um especialista afirmou que a garota tinha todas as características do espectro autista. Para a menina sempre foi um grande sofrimento o período na escola, mesmo com a maioria das pessoas tentando fazer com que fosse igual as outras crianças era uma experiência muito difícil.
“Me lembro muito bem que, aos dez anos, eu já não queria estar viva de tão difícil que era estar em sociedade”, desabafou.
Já adulta foi diagnosticada com autismo, transtorno obsessivo compulsivo e transtorno de ansiedade. A jovem busca ter todos os seus direitos legais garantidos por lei e está com várias consultas agendadas com especialistas.