O empreendedorismo feminino é um movimento que tem crescido em todo o mundo, muitas mulheres buscam uma renda extra para ganhar dinheiro ou até mesmo iniciam realmente um negócio para empreenderem.
No entanto, apesar deste crescimento, ainda existem obstáculos à igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. As mulheres ocupam apenas 13% dos cargos-chave nas 500 maiores empresas do Brasil, apesar de representarem 52% da população.
O empreendedorismo feminino contribui para uma sociedade mais justa porque cria oportunidades de liderança para as mulheres.
Começar seu próprio negócio é uma forma de empoeiramento e avanço da liderança que tem o potencial de mudar essa desigualdade por meio da colaboração.
Por que é fundamental estimular
Uma maior participação das mulheres nos negócios melhora a sociedade, a economia e as empresas. O empreendedorismo das mulheres desempenha um papel importante na redução do fosso nas oportunidades de carreira entre homens e mulheres. Além disso, é bom para a diversidade de negócios devido à perspectiva inovadora identificada pelo empreendedor.
O enriquecimento e as novas ideias das mulheres empresárias beneficiam a economia global e podem redefinir o futuro dos serviços e produtos. Eles também são importantes para a estratégia da empresa.
Sabe aquele famoso exercício de lombar e flexibilidade tão necessária? São soft skills ou habilidades comportamentais bastante conhecidas e muito valorizadas no mercado atual e facilmente desenvolvidas pelas mulheres.
Por isso, apostar na liderança feminina ajuda a avaliar talentos em toda a organização, além de facilitar a proximidade com a maioria dos clientes corporativos, já que as mulheres são maioria no Brasil. Segundo pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, as empresas que focam no impacto da diversidade de gênero na liderança têm funcionários mais engajados e aumentam os lucros em 5 a 20%.
Quais os desafios?
Para os homens, o principal motivador do empreendedorismo é a liberdade. Quanto às mulheres, isso é obrigatório. As nuances dos dados sugerem que ainda existe uma enorme lacuna de oportunidades para as mulheres em comparação com os homens.
Ser mãe, ter dificuldade para se manter no mercado de trabalho e ser o único ganha-pão são realidades do machismo no mundo dos negócios, até porque como falamos vamos supor que uma mulher comece uma loja de roupas, existem muitas tarefas a serem executadas, desde buscar uma lista de fornecedores de roupas, vender, gerenciar estoque e ai por diante.
Como já vimos neste artigo, apesar de terem 16% mais escolaridade, as mulheres ainda ganham 22% menos que os homens empreendedores.
Outro problema apontado pelo estudo do SEBRAE citado acima é que a taxa de conversão de “empreendedores” em “donos de negócios” é 40% menor porque as mulheres apresentam taxas de evasão maiores que os homens.
Além disso, é importante ressaltar que mesmo com uma taxa de inadimplência menor (3,7% vs. 4,2%), elas ainda pagam taxas de juros mais altas do que os homens (34,6% vs. 31,1% ao ano).
Segundo pesquisa da Deloitte com mulheres em conselhos de administração de 2018, apenas 8,6% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres – globalmente, o número é de 16,9%. Isso coloca o país em 38º lugar no ranking global de mulheres na liderança corporativa.
As mulheres enfrentam muitos desafios e, no ambiente corporativo, ainda precisam lidar com assédio e preconceito, como noções ultrapassadas de que são emocionais ou de que não podem se comprometer com a empresa se tiverem filhos.
Empreendedorismo feminino: comemoração
Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) designou o dia 19 de novembro como o Dia do Empreendedorismo Feminino devido à importância do empreendedorismo feminino para a redução da desigualdade, valorização da diversidade e dinamização da economia.
A ideia é chamar a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento e fortalecer a liderança feminina. A iniciativa é coordenada pela ONU Mulheres, braço da entidade que visa unir, fortalecer e ampliar os esforços globais em defesa dos direitos humanos das mulheres.