O turboélice ATR-72, de construção franco-italiana, pertencente à companhia aérea Voepass, que fazia o voo 2283 de Cascavel, Paraná, com destino a Guarulhos, São Paulo, atingiu o terreno de Luiz Augusto de Oliveira, um analista de sistemas, que trabalhava em casa no momento da catástrofe. O morador do condomínio tinha a presença da esposa e da funcionária doméstica do casal.
Em entrevista concedida ao UOL, Luiz Augusto disse que os três que estavam em casa pensaram, em um primeiro momento, pelo barulho, que era um helicóptero em pane. Quando saíram da residência para averiguar a situação, depararam-se com o ATR-72 explodindo.
“Eu estava num lugar da casa, a empregada no outro, minha mulher no outro, na hora que escutamos foi um estrondo só. Quando eu abri a porta da casa, um fogo enorme estava entrando pela residência, que acho que é a queima do combustível”, relatou.
Morador entrou em estado de pânico com o que viu
Luiz Augusto foi atrás da funcionária doméstica e da esposa para que juntos deixassem a casa. Nesse momento, o proprietário mudou de ideia e pensou em ligar a mangueira de seu quintal para apagar as chamas. Atordoado e sem saber o que fazer, mudou de ideia de novo, retornou para dentro de casa e pegou as fotos da família para preservá-las caso o fogo consumisse toda a propriedade.
Como as chamas destruíam o seu quintal, Luiz Augusto, a funcionária doméstica e a esposa deixaram a casa pela porta lateral. Nesse momento, os três testemunharam os corpos de algumas das vítimas e a dimensão exata das chamas que destruíam tudo o que viam pela frente. Com a imagem do desastre, o analista de sistemas disse ter entrado em estado de pânico. “O choque é muito grande, é uma tristeza muito grande, na hora que você vê os corpos, principalmente no terreno ali, a aeronave e toda aquela coisa, a gente fica em pânico mesmo”, admitiu.
Morador agradece piloto da Voepass
Luiz Augusto teceu agradecimentos ao piloto do voo 2283. O analista de sistemas acredita que, mesmo com a aeronave em queda, o comandante teve a expertise necessária para domar o avião de modo que não atingisse nenhuma residência, considerando o ponto em que caiu, em um terreno vazio, repleto de casas ao redor.