Mãe de médica que faleceu chama Voepass de ‘Voemorte’: ‘Vi minha filha queimar ao vivo na televisão’

Fátima Albuquerque, de 66 anos de idade, exige que a Voepass e a Latam, que operaram o voo 2283 em codeshare, sejam responsabilizadas pela catástrofe.

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Fátima Albuquerque, de 66 anos de idade, exige que as companhias aéreas Voepass (antiga Passaredo) e Latam sejam responsabilizadas pelo desastre aéreo de 09 de agosto. A mulher é mãe de Arianne Risso, de 34 anos, uma das 62 pessoas que faleceram na queda do turboélice ATR-72-500 na cidade de Vinhedo, no interior do estado de São Paulo.

O avião pertence à Voepass, mas as passagens adquiridas pela filha de Fátima Albuquerque foram pela Latam, uma vez que as duas companhias aéreas operam no sistema codeshare — acordo entre empresas do segmento da aviação civil. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a mulher disse acreditar que o desastre aéreo tenha sido causado pela “ganância humana”.

Mãe de vítima do voo 2283 acusa Voepass e Latam

Fátima Albuquerque acredita que a Voepass não oferecia a manutenção necessária para a aeronave que caiu em São Paulo. Na visão dela, os proprietários da companhia aérea poderiam ter reduzido os custos de manutenção para que os lucros fossem maximizados, permitindo assim que um avião sem plenas condições de segurança continuasse operante.

“Isso não foi uma fatalidade. Foi culpa da ‘Voemorte’, da ganância humana”, desabafou. “Aquilo não era um avião, era uma lata velha. Foi uma tragédia anunciada”, complementou.

Familiar pede responsabilização das companhias aéreas

Em outro trecho da entrevista, a mãe da vítima ratificou seu apelo pela responsabilização da companhia aérea. “Vi minha filha queimar ao vivo na televisão”, desabafou a mulher, em profundo abalo psicológico. “Não vou me calar. Essas pessoas têm nome, têm história, e eu preciso lutar pela [história] da minha filha”, concluiu.

Arianne Risso era médica e ampliava seu currículo com uma residência em Oncologia em curso. O embarque no voo 2283 ocorreu pela necessidade de comparecer a um congresso de Medicina. A vítima trabalhava em um hospital na cidade de Cascavel, no estado do Paraná, de onde o ATR-72-500 acidentado partiu.