A ciência é a força motriz por trás de todo desenvolvimento nas indústrias, não importa quais sejam. Do mercado de produtos alimentícios às produtoras de energia, métodos científicos e tecnologias são protagonistas, proporcionando inovações que permitem que a vida das pessoas melhore em partes.
É claro que há aspectos negativos do desenvolvimento desenfreado sem preocupações com o meio ambiente, mas a ciência também pode contribuir para a diminuição desses impactos. É sobre esse assunto que nós vamos falar nos tópicos desse texto, explorando um método científico em específico.
Trata-se da titulação química, a qual tem função primordial na indústria de energia e biocombustíveis, garantindo não apenas a qualidade dos produtos que chegam aos consumidores finais, como também uma produção eficiente e sustentável. Dito tudo isso, abrimos com uma pergunta: o que é a titulação?
Do que se trata o processo de titulação química?
A titulação química (também conhecida como “titulometria”) é um processo utilizado para identificar quantidades exatas de qualquer substância em uma solução. Um exemplo simples é determinar o quanto de cloreto de sódio (o sal de cozinha) há numa amostra de água, o que identifica sua salinidade.
O processo da titulação química é realizado a partir de um tipo de aparelho chamado de “titulador”, o qual existe nos mais diferentes modelos, de acordo com os seus objetivos científicos. Tituladores modernos e precisos costumam ser utilizados em espaços como a indústria farmacêutica e alimentícia.
Alguns dos tipos de titulação mais conhecidos são a titulação ácido-base, redox, complexométrica e de precipitação. Cada uma delas é feita com um titulador distinto e especialmente desenvolvido para a tarefa, o que significa que há variedade e precisão quando nós falamos sobre esse método científico.
Como a titulação química é usada na indústria de energia e biocombustíveis?
Compreendido o básico do que é a titulação química, nós agora vamos explorar porque ela é essencial na produção de biocombustíveis, seja ajudando a medir com precisão as concentrações químicas ou garantindo a segurança do que chega àqueles que utilizam fontes de energia sustentáveis no dia a dia.
1. Identificação da presença de água em biocombustíveis
A água está presente nos mais diversos processos químicos, incluindo a produção de biocombustíveis. Apesar disso, a sua concentração na solução final tem efeitos negativos, os quais vão desde a ineficácia dos combustíveis até a deterioração dos motores dos automóveis, o que pode levar a acidentes sérios.
Infelizmente, a presença de água em biocombustíveis é comum, o que significa que é preciso utilizar técnicas precisas que identifiquem essa concentração de H2O antes que o produto chegue ao seu consumidor final. Como podemos deduzir, a titulação química é o método para identificar o problema.
2. Controle de qualidade e eficiência com base nas substâncias
Qualquer solução, independentemente de sua destinação, precisa ter as quantidades exatas de cada substância. Isso não é diferente com os biocombustíveis, os quais dependem da precisão para que o resultado final seja satisfatório. Quais são as substâncias é algo que varia de alternativa a alternativa.
Dentre os tipos de biocombustíveis mais comuns estão o etanol, o biodiesel e o biometano. Os dois primeiros são produzidos a partir da cana-de-açúcar e do óleo vegetal, os quais devem ser tratados para que mantenham apenas as propriedades benéficas aos processos, algo possível com a titulação.
3. Otimização de processos de energia sustentáveis
Como citamos brevemente na introdução dessa lista, os biocombustíveis são considerados opções sustentáveis, já que se tratam de recursos renováveis; o que não é o caso dos combustíveis fósseis. Apesar disso, essa sustentabilidade é dependente dos seus processos envolvidos, incluindo a titulação.
E ela não é a única: outras ferramentas da química analítica (da qual a titulação química é um recurso) também contribuem aqui, estando diretamente envolvidas nos avanços científicos que permitem que alternativas mais verdes substituam métodos tradicionais de abastecimento e energia nas indústrias.
4. Identificação de agentes contaminantes e perigosos
Por último (e talvez como o elemento mais importante) está o papel da titulação na segurança. Um exemplo mencionado anteriormente é o da presença da água nos biocombustíveis, o que pode levar a prejuízos nos motores e acidentes com automóveis. E a questão é presente já no armazenamento.
A contaminação de biocombustíveis é possível durante todas as etapas da sua produção, o que denota a importância de realizar titulações químicas diversas. Quando uma contaminação é identificada na indústria, o produto deixa de ser viável, sendo necessário que processos de filtragem sejam realizados.
É interessante finalizar dizendo que a titulação química não é o único processo de cunho científico que impactam as indústrias de energia e biocombustíveis. Embora desempenhe papel fundamental, o bom desenvolvimento científico utiliza múltiplas ferramentas em conjunto, priorizando a sustentabilidade.