O julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, foi anulado após o réu destituir sua defesa durante o primeiro dia de depoimentos. A sessão, que havia começado com atraso por volta das 15h30, foi interrompida e invalidada às 19h30, quando Cupertino rompeu com seu advogado, Alexander Neves Lopes, alegando quebra de confiança.
Com a anulação, um novo julgamento precisará ser marcado, o que exigirá a seleção de novos jurados. Até o momento da suspensão, apenas duas testemunhas haviam sido ouvidas: Vanessa Tibcherani, ex-mulher de Cupertino, e Isabela Tibcherani, filha do réu e namorada de Rafael Miguel.
Depois da ex-esposa e da filha
Ambas relataram comportamentos agressivos e possessivos de Cupertino, apontando-o como o único responsável pelos homicídios. A ex-esposa revelou que sofreu violência doméstica por mais de duas décadas, enquanto a filha descreveu episódios de agressões físicas e psicológicas que viveu com o pai.
Paulo Cupertino, que responde por triplo homicídio qualificado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, fugiu no dia do crime e permaneceu foragido por quase três anos, até ser preso. Durante o julgamento, sua defesa alegou inocência, estratégia que o próprio réu reforça desde o início do processo. Com a troca de advogados, a expectativa é que a nova defesa traga abordagens diferentes no próximo julgamento.
Outros dois acusados
Além de Cupertino, outros dois homens também são acusados de envolvimento no caso: Eduardo José Machado e Wanderley Antunes Ribeiro. Ambos teriam ajudado o réu a fugir após os assassinatos. No entanto, ao contrário de Cupertino, os dois respondem ao processo em liberdade, aguardando julgamento. A defesa de ambos nega qualquer participação no crime.