Pacientes recebem órgãos no RJ e descobrem que foram contaminados com HIV

Caso está repercutindo em todo o Brasil depois de ser divulgado nesta sexta-feira (11).

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Seis pacientes que aguardavam na fila de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) testaram positivo para HIV após receberem órgãos contaminados. O caso, inédito no Brasil, está sendo investigado por diversas entidades.

Ministério da Saúde, Ministério Público do RJ (MPRJ), Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina estão acompanhando a situação e investigando o que aconteceu. Os órgãos contaminados vieram de dois doadores, cujos exames foram realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, contratado pela SES-RJ em dezembro de 2022.

Laboratório foi contratado de forma emergencial

De acordo com a Secretaria, o erro ocorreu em dois exames realizados pelo laboratório privado, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O laboratório foi contratado emergencialmente por R$ 11 milhões para realizar exames de sorologia em órgãos doados.

A descoberta veio após um paciente, que havia recebido um coração no início deste ano, apresentar sintomas neurológicos e testar positivo para HIV. As autoridades, então, revisaram o processo e descobriram que os exames originais de sorologia, feitos pelo PCS Lab Saleme, estavam incorretos. Uma contraprova foi realizada, confirmando a contaminação.

Resultados de exames podem ter sido forjados

Outros dois receptores de órgãos também testaram positivo, enquanto uma paciente que recebeu uma córnea não apresentou o vírus. A Anvisa encontrou graves irregularidades no laboratório, incluindo a ausência de kits para os exames de sangue. A suspeita é de que os resultados tenham sido forjados.

O Ministério Público do RJ está ouvindo as famílias afetadas e investigando as possíveis falhas no processo de transplante. A Secretaria Estadual de Saúde transferiu todos os exames de sorologia para o Hemorio a partir de 13 de setembro, garantindo maior segurança nos procedimentos. Além disso, será realizada uma revisão do material de 286 doadores, buscando evitar novos erros no futuro.