Cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, deram passos significativos para o desenvolvimento de uma vacina que promete mudar para sempre a história de vida de pacientes que lutam contra o câncer. Os pesquisadores foram capazes de desenvolver uma vacina bacteriana que, a grosso modo, “educa” o sistema imunológico do próprio organismo do portador da doença, a fim de que ele seja capaz de destruir apenas as células cancerígenas, mantendo intactas as células saudáveis.
O mecanismo de ação da vacina consiste em utilizar as propriedades naturais das bactérias para direcionar tumores. Com isso, a vacina consegue atacar os tumores cancerígenos de diferentes tipos, desde os que estão em fases primárias até os que já se encontram em metástase. Como se não bastasse, as propriedades do fármaco prometem prevenir o corpo do paciente de recorrências futuras da doença.
Testes da vacina contra o câncer em animais foram um sucesso
Os pesquisadores publicaram o estudo na revista científica Nature, uma das mais prestigiadas em todo o planeta, nesta quarta-feira, dia 16 de outubro. Segundo eles, um teste foi feito em camundongos que apresentavam câncer colorretal em estágio avançado e melanoma. A vacina foi capaz de sobrecarregar o sistema imunológico desses animais para suprimir o crescimento de cânceres primários e metastáticos. Em contrapartida, as células saudáveis foram mantidas intactas, sem nenhum tipo de dano.
Como as bactérias são capazes de combater apenas as células cancerígenas?
De acordo com o professor Nicholas Arpaia, associado ao Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Columbia, a viabilidade da vacina se dá a partir das mutações genéticas únicas que as células cancerígenas apresentam. Logo, as bactérias são programadas para identificar essas mutações, agindo apenas contra as células cancerígenas, eliminando-as e mantendo todas as demais células saudáveis intactas, sem nenhum tipo de dano.
“Ao programar bactérias para direcionar o sistema imunológico contra essas mutações, podemos desenvolver terapias mais eficazes que estimulem o sistema imunológico do paciente a identificar e eliminar suas células cancerosas”, afirmou ele, destacando que a próxima etapa do estudo já consiste em testes com seres humanos doentes, com expectativa de êxitos idênticos aos dos testes com os camundongos.