A tragédia em Torres, Rio Grande do Sul, ganhou novos contornos após a confirmação da Polícia Civil de que o veneno utilizado no bolo que resultou na morte de três membros de uma mesma família foi misturado na farinha utilizada para seu preparo.
A confirmação veio após uma análise pericial que detectou a presença alarmante de arsênio nas amostras de urina e estômago das vítimas. Os resultados são estarrecedores: a menor quantidade de arsênio encontrada em uma das vítimas era 80 vezes maior do que o limite considerado seguro para contaminação ocupacional, enquanto outra vítima apresentava níveis ainda mais altos, 350 vezes acima do permitido.
Bolo foi envenenado
De acordo com as autoridades, a presença do arsênio no bolo elimina a hipótese de intoxicação alimentar, um fator que poderia ter confundido a investigação inicial. As análises mostraram que a quantidade de arsênio na farinha utilizada para a confecção do bolo era 2.700 vezes superior ao limite aceitável, o que levanta questões sobre a origem da substância e as intenções por trás do ato.
Essa descoberta não apenas reforça a gravidade do crime, mas também expõe a vulnerabilidade das vítimas a um ato tão cruel e premeditado. A Polícia Civil identificou Deise Moura dos Anjos como a principal suspeita do crime. A nora da responsável pelo bolo tinha um histórico de desavenças com a família que remontam a mais de duas décadas, segundo a polícia.
Deise está presa
Os investigadores afirmam que as divergências entre Deise e a família, embora significativas, não são suficientes para justificar um ato tão violento e letal. A prisão de Deise trouxe um alívio temporário à comunidade local, mas a dor da perda e a perplexidade diante do ocorrido permanecem.