Amigas de Taiany Caroline Martins Matos, uma brasileira de 32 anos que morava na província de Breda, na Holanda, relataram à família da jovem no Brasil que ela vivia um relacionamento abusivo. Segundo os relatos, a jovem, pedagoga natural de Brasília, era impedida de sair de casa para trabalhar ou passear, enfrentando controle excessivo por parte do namorado, um homem de 53 anos.
A jovem faleceu ao cair do quarto andar do prédio onde residia com o companheiro. Pouco antes do trágico incidente, Taiany havia retornado de uma viagem a Paris, na França, onde o casal passou a Virada do Ano. Após voltar à Holanda, ela decidiu sair para passear com amigas no dia 2 de janeiro, contrariando a vontade do namorado.
Na manhã de 3 de janeiro, as amigas a levaram de volta para casa. Depois que se despediram, Taiany telefonou para elas, afirmando estar com medo do parceiro, que estaria tentando tomar seu telefone celular. Pouco tempo depois, a jovem caiu do apartamento, falecendo no local.
Taiany viveria relacionamento abusivo
Embora Taiany nunca tenha relatado diretamente à família sobre possíveis abusos no relacionamento, amigas dela apontam sinais claros de controle e restrição. Durante uma viagem ao Brasil, presenteada pelo namorado, ela teria sido monitorada constantemente e proibida de sair de casa sem permissão.
A família chegou a aconselhar Taiany a não retornar à Holanda, sugerindo que ela permanecesse no Brasil. Contudo, a jovem decidiu voltar, afirmando que amava o companheiro e que tinham planos de se casar.
“Ela chegou aqui [no Brasil] dia 14 de novembro e ele queria a controlar, tinha que ver a nossa mãe para acreditar que ela estava em casa. Ela só podia ficar dentro de casa. Até chegamos a falar para ela não voltar mais para a Holanda, mas ela disse que gostava dele e que tinham planos de casar”, relatou Naiany Martins, irmã da vítima, ao jornal O Globo.
Família de Taiany contesta a versão da polícia holandesa
A polícia holandesa classificou o caso como um óbito acidental, corroborando a versão apresentada pelo namorado, segundo a qual Taiany teria se debruçado sobre a janela e caído. No entanto, a família da vítima questiona essa conclusão, especialmente devido à rapidez da investigação, que foi encerrada em apenas um dia e não incluiu o depoimento de testemunhas.