Suspeito de envenenar sua família, padrasto se contradiz em depoimento e confessa relação conturbada com enteada

Padrasto é o principal suspeito de envenenar baião de dois, que causou a morte de quatro pessoas; ele mudou depoimento três vezes.

PUBLICIDADE

O delegado Abimael Silva informou que Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, preso na manhã desta quarta-feira (08), apresentou diversas versões sobre os eventos ocorridos durante o réveillon. Ele foi preso em Parnaíba, no litoral do Piauí, e é o principal suspeito do envenenamento que ceifou a vida de quatro membros de sua própria família. A investigação da polícia aponta que o suspeito teria envenenado um prato de baião de dois com terbufós, substância popularmente conhecida como chumbinho.

O envenenamento, que ocorreu no início deste mês, resultou na morte de quatro pessoas, entre elas os enteados de Francisco de Assis Pereira da Costa, principal suspeito do crime. As vítimas fatais foram Francisca Maria da Silva e Manoel Leandro da Silva, ambos adultos, além de duas crianças, com idades de 1 ano e 8 meses e 3 anos.

Uma menina de 4 anos, que também foi vítima do envenenamento, segue internada em estado grave, enquanto outras pessoas que haviam sido afetadas, incluindo o próprio suspeito, receberam alta hospitalar.

Suspeito de envenenar baião de dois muda sua versão do caso três vezes

Durante coletiva, o delegado responsável pelo caso revelou as contradições nas versões apresentadas pelo suspeito. Em um primeiro depoimento, Francisco afirmou que não havia se aproximado da panela com o prato de baião de dois, mas, posteriormente, ele modificou sua versão e declarou ter tocado no alimento.

Além disso, o suspeito alegou que não orientou ninguém a mexer no prato, o que também foi questionado pelas autoridades. Para o delegado, essas declarações contraditórias não condizem com os depoimentos prestados por outras pessoas envolvidas no caso, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a versão apresentada por Francisco. 

Em seu depoimento, padrasto confessa desprezo por enteada

A polícia civil está investigando a motivação por trás do crime, que parece estar ligada ao relacionamento conturbado entre Francisco de Assis Pereira da Costa e sua enteada falecida, Francisca Maria da Silva. Durante um depoimento que durou mais de 2 horas e 40 minutos, Francisco revelou sentimentos intensos de ódio e desprezo em relação à jovem.

Segundo o delegado Abimael Silva, Francisco se referia a Francisca de maneira depreciativa, chamando-a de “uma criatura com mente tola, matuta, morta de preguiça, não serve para nada”. O suspeito também expressou nojo e raiva pela enteada, além de classificá-la como inútil, afirmando que ela passava os dias ouvindo músicas.