‘Estou morrendo’: declaração de ex-presidente é recebida com pesar por todos

Com a saúde debilitada, o ex-presidente avisou para deixá-lo descansar em paz.

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O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, 89 anos, nesta última quinta-feira (9), deu uma entrevista ao jornal local Búsqueda. Ele revelou que o câncer de esôfago, diagnosticado no ano passado, avançou para o fígado, tornando inviável qualquer possibilidade de controle.

“Estou morrendo”, afirmou Mujica, com a sinceridade que o caracteriza. Ele está morando em sua chácara em Rincón del Cerro, na área rural de Montevidéu. Explicando as limitações impostas por sua idade avançada e por doenças crônicas, ele descartou tratamentos mais agressivos.

“Não posso fazer tratamento bioquímico nem cirurgia porque meu corpo não aguenta”, disse o ex-presidente. Em novembro, Mujica passou por uma cirurgia para a instalação de um stent no esôfago, dispositivo que ajudaria na ingestão de alimentos após o estreitamento do órgão devido ao câncer.

O ex-presidente quer descansar em paz

Apesar de todo esforço da equipe médica, o avanço da doença deixou o ex-presidente mais debilitado. E o ex-líder fez um pedido: “O que peço é que me deixem em paz. Que não me peçam mais entrevistas nem nada. Meu ciclo já terminou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”.

José Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015, consolidando-se como uma das figuras mais emblemáticas da esquerda latino-americana. Antes de sua presidência, sua vida foi marcada por décadas de ativismo político.

Mijuca sofreu muito durante a ditadura militar

Ex-guerrilheiro do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, Mujica passou 13 anos encarcerado sob condições brutais, a maior parte durante a ditadura militar uruguaia (1973-1985). Durante sua gestão, Mujica tornou-se internacionalmente conhecido por seu estilo de vida humilde.

Ele também sempre fazia declarações que ressaltavam valores humanos acima de interesses materiais. Morando em sua chácara e dirigindo um Fusca, ele doava grande parte de seu salário como presidente para causas sociais.