Uma tragédia familiar chocou a pequena cidade de Sengés, nos Campos Gerais do Paraná, quando dois irmãos faleceram após ingerirem acidentalmente um herbicida agrícola que estava armazenado em uma garrafa plástica sem identificação. O acidente aconteceu na quarta-feira, e as vítimas, com 54 e 57 anos, não resistiram e foram a óbito no dia seguinte no pronto atendimento municipal.
Os irmãos, que sofriam de esquizofrenia, residiam em uma propriedade rural próxima à casa de seu tutor legal, o irmão mais velho de 65 anos. A proximidade das residências, ambas localizadas no mesmo sítio, permitia que o irmão mais velho supervisionasse os cuidados com as vítimas, mantendo uma rotina de acompanhamento familiar.
Delegada traz detalhes sobre as mortes dos irmãos
A delegada Renata Batista, responsável pela investigação, revelou que a confusão fatal ocorreu devido a uma série de circunstâncias: os irmãos haviam solicitado a compra de suco de uva, o herbicida apresentava coloração semelhante à bebida, e o produto químico estava armazenado em uma garrafa transparente sem qualquer identificação de seu conteúdo tóxico.
O desenrolar dos eventos começou quando o irmão mais velho foi ao mercado comprar o suco solicitado e aproveitou para visitar uma agropecuária, onde adquiriu equipamentos de proteção e o herbicida para uso na lavoura. O produto químico foi vendido a granel, transferido de um recipiente maior para uma garrafa plástica transparente, sem qualquer rotulagem de segurança ou advertência.
“O herbicida foi adquirido na forma líquida, e tinha uma cor escura, parecida com suco de uva, e foi vendido a granel, ou seja, o vendedor retirou de um frasco maior e acondicionou em um frasco transparente, parecido com garrafa de suco“, explica a delegada. A autoridade informou ainda que o frasco não tinha identificação ou alerta de perigo.
Caso é tratado como morte acidental
Ao retornar à propriedade, o irmão mais velho deixou todas as compras na casa das vítimas, incluindo inadvertidamente a garrafa contendo o herbicida. Quando percebeu o equívoco, aproximadamente 20 minutos depois, retornou ao local, mas já era tarde demais – os irmãos já haviam consumido o produto tóxico.
A polícia civil trata inicialmente o caso como uma morte acidental, mas continua investigando todas as circunstâncias do ocorrido. A delegada Renata Batista aguarda os resultados dos laudos periciais realizados no local e nos corpos das vítimas para confirmar a natureza acidental das mortes e identificar o componente ativo do herbicida.