Polícia faz novas descobertas e pode exumar outro corpo após sogro da suspeita

Delegado responsável pelo caso trouxe a público mais detalhes sobre as investigações.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul ampliou o escopo das investigações sobre as mortes por envenenamento em Torres, revelando um caso possivelmente mais complexo do que inicialmente suspeitado. A principal suspeita, Deise Moura dos Anjos, que já estava sendo investigada pela morte de três mulheres por arsênio em dezembro, agora é relacionada a mais casos, incluindo o falecimento de seu sogro.

O caso ganhou ainda mais gravidade com a descoberta do método utilizado para obter o veneno, que era adquirido através de compras online e entregue pelos Correios, demonstrando um nível de premeditação que preocupa as autoridades. A investigação continua em andamento, com a polícia buscando estabelecer a possível existência de mais vítimas.

Suspeita teria cometido assassinatos em série

Em um desenvolvimento significativo do caso, a delegada regional do Litoral Norte do RS, Sabrina Deffente, expressou forte convicção sobre a natureza serial dos crimes. “A gente não tem dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série, e que durante muito tempo não foi descoberta, e durante muito tempo tentou apagar provas que pudessem levar a atribuição de culpa a ela“, declarou.

A investigação revelou que Paulo Luiz dos Anjos, sogro da suspeita, faleceu em setembro após consumir bananas e leite em pó oferecidos por sua nora. A perícia confirmou a presença de arsênio em seu organismo, estabelecendo envenenamento como causa da morte, elevando para quatro o número de vítimas confirmadas.

As autoridades descobriram um padrão perturbador nas ações da suspeita, que realizou quatro aquisições de arsênio pela internet num período de apenas quatro meses. Uma dessas compras precedeu a morte do sogro, enquanto as outras três foram feitas antes do falecimento das três mulheres em dezembro.

As investigações

A delegada Sabrina Deffente indicou que existem mais casos sob investigação, todos envolvendo pessoas do círculo familiar. “São pessoas do círculo familiar. A gente tá apurando essas questões aí. Mas tem uma suspeita sobre um falecido já. A gente vai aprofundar um pouco mais as investigações”, explicou.

A polícia considera a possibilidade de realizar exumações de corpos para verificar a presença de arsênio em outras possíveis vítimas, um procedimento que requer autorização judicial. Esta medida pode elevar o número total de mortes por envenenamento para cinco, caso as suspeitas sejam confirmadas.

Diante das acusações, a defesa de Deise Moura dos Anjos, que se encontra em prisão temporária, emitiu uma nota afirmando que “as declarações divulgadas ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso” e que aguarda acesso aos documentos e provas para se manifestar adequadamente.