Uma investigação minuciosa conduzida pelas autoridades policiais do Rio Grande do Sul desvendou os bastidores de um crime que chocou a cidade de Torres, onde três pessoas perderam a vida após ingerirem um bolo contaminado com arsênio. O caso, inicialmente cercado de mistério, ganhou contornos ainda mais sombrios com a revelação de provas contundentes.
As investigações, que começaram focando em Zeli dos Anjos, autora do bolo, tomaram um rumo inesperado quando evidências começaram a apontar para sua nora, Deise dos Anjos, esposa de Diego. O histórico de pesquisas encontrado no celular apreendido de Deise revelou buscas incriminadoras, incluindo termos como “veneno para o coração“, “arsênio veneno” e “veneno que mata humano“.
Nota fiscal do veneno foi encontrada
A confirmação da autoria do crime ganhou força com a descoberta de uma nota fiscal que comprova a compra do veneno pela internet, tendo Deise dos Anjos como destinatária. O delegado Marcos Veloso, responsável pelo caso, afirmou: “O alvo principal dela era a sogra. Ela atraía a sogra para tentar matá-la envenenada“.
O caso ganhou uma dimensão ainda mais trágica quando investigadores decidiram examinar a morte de Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli e sogro de Deise, ocorrida em setembro. A exumação do corpo revelou a presença de arsênio em seus tecidos, sugerindo um histórico mais extenso de ações criminosas.
Mensagens de áudio recuperadas pela investigação expõem a natureza conturbada da relação entre nora e sogra. Em uma das gravações, Deise se refere à sogra como “peste“, evidenciando a hostilidade existente no ambiente familiar.
Deise mandou mensagem para a sogra
Em uma tentativa aparente de manipulação psicológica, Deise enviou mensagens à sogra Zeli após a morte de Paulo: “Tu ‘tem’ um filho só. Fica com ele, aproveita. Porque as suas irmãs tem a vida delas, sabe. E a gente não quer que tu ‘fique’ longe da gente. Aproveita, tu ‘tem’ um filho, ‘tem’ um neto, essa é a tua família agora“.
A perícia técnica realizada no bolo, peça central do crime, forneceu provas fundamentais para a construção do caso. O laudo confirmou a presença de arsênio na receita, estabelecendo definitivamente o método utilizado para a execução do plano criminoso.
A complexidade do caso continua mobilizando as autoridades policiais, que trabalham para compreender todas as ramificações deste crime que devastou uma família e chocou a comunidade de Torres. O caso serve como um alerta perturbador sobre conflitos familiares que escalaram para um desfecho trágico e criminoso.