Arilton Bastos Alves, motorista da carreta envolvida no trágico acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), foi preso na manhã desta terça-feira (21/01) no Espírito Santo.
O exame toxicológico realizado dois dias após o acidente, ocorrido em 21 de dezembro, revelou o uso de cocaína, ecstasy, MDA, alprazolam, venlafaxina e álcool. O caso ganhou grande repercussão devido ao grande número de vítimas.
Exame em motorista de carreta constata uso de drogas
Segundo a Justiça, Alves consumiu cocaína e álcool juntos e há indícios de que ele tinha o hábito de dirigir sob o efeito de substâncias psicoativas. Em 2022, ele foi flagrado conduzindo um veículo com sinais de embriaguez, o que resultou na suspensão de sua habilitação.
O acidente envolveu uma carreta que transportava blocos de granito, um ônibus de viagem e um carro. A carreta de Alves, carregando dois blocos de quartzito estava com excesso de peso — quase o dobro do permitido pela legislação. Além disso, o veículo trafegava acima do limite de 80 km/h da via, chegando a atingir 132 km/h.
Delegado responsável pelas investigações traz informações
Segundo a decisão do juiz responsável pelo caso, o excesso de peso e a alta velocidade foram determinantes para o tombamento do segundo semirreboque, que resultou no desprendimento de um bloco de granito. O impacto do bloco com o ônibus causou o acidente fatal, que tirou a vida de tantas pessoas.
Além disso, Alves fugiu do local da batida e só se apresentou à polícia dois dias depois, sendo liberado na época devido à negativa inicial da Justiça para um pedido de prisão preventiva. Contudo, a análise das investigações e novos fatos levaram à revisão da decisão, com a prisão decretada nesta segunda-feira (20).
A defesa de Alves afirmou estar surpresa com o decreto de prisão preventiva, destacando que ainda não foi informada oficialmente sobre os fundamentos da decisão e que tomará todas as providências jurídicas cabíveis para garantir o direito de defesa do motorista.
A Justiça refutou a hipótese inicial de que o acidente teria sido causado pelo estouro de um pneu do ônibus. Peritos criminais indicaram que o desprendimento do bloco de granito foi o principal fator, agravado pelo excesso de peso e velocidade da carreta, bem como pelo uso de drogas por parte do motorista.