Lucas Bernardo Alves, um homem trans, descobriu sua gravidez durante uma pausa no processo de hormonização. Ele vinha cuidando disso por por conta própria.
“Eu tomava hormônios por conta própria e decidi parar para fazer da maneira correta, com a ajuda de médicos“, disse em entrevista ao portal UOL. A gravidez não foi planejada, e o processo de aceitação não foi imediato.
“Vão me chamar no feminino, pelo pronome errado ou vão me chamar de ‘mamãe‘”, temia ele, quando descobriu a gestação. Felizmente, tudo transcorreu da melhor forma possível.
Lucas contou com o apoio da mãe e do marido
Aos quatro meses de gestação, Lucas ainda estava assimilando a ideia de que, em breve, se tornaria pai de Maria Cecília. Durante esse período, o apoio da mãe e do marido foi crucial, mas a busca por atendimento em unidades básicas de saúde trouxe desafios inesperados.
Em uma unidade básica, Lucas enfrentou olhares e situações desconfortáveis. O ambiente não estava preparado para acolher um homem trans grávido, o que o levou a sentir-se deslocado. Tudo mudou após uma ultrassonografia na Maternidade Escola da UFRJ, quando Jair Braga, chefe da Divisão Médica do hospital, entrou em contato com ele.
Lucas continua contando com o apoio do programa
Braga ofereceu a Lucas um pré-natal personalizado por meio do Transgesta. “Ele estava em uma unidade básica de atendimento e não estava contente“, recorda o obstetra. Após o nascimento de Maria Cecília, o programa continuou a oferecer suporte.
Lucas escolheu amamentar, algo que foi respeitado e incentivado pela equipe. A família está feliz com a chegada da pequena Maria Cecília e Lucas comemora o sucesso de sua gravidez.