Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, detenta da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, foi encontrada sem vida na manhã desta quinta-feira. A mulher estava em prisão preventiva desde 5 de janeiro, acusada de causar a morte de quatro pessoas por envenenamento, incluindo três membros de uma família que consumiram um bolo com arsênio.
O caso que levou Deise à prisão chocou a cidade de Torres, no litoral gaúcho, quando sete pessoas da mesma família foram hospitalizadas após consumirem um bolo durante uma reunião familiar próxima ao Natal. O doce, preparado em Arroio do Sal e levado para Torres, resultou na morte de três mulheres.
Polícia faz revelação sobre a morte de Deise
O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Fernando Sodré, confirmou detalhe no corpo de Deise: “Ela tinha sinais de enforcamento. Vamos apurar as circunstâncias agora“, declarou. A detenta estava sozinha na cela no momento do ocorrido.
As vítimas fatais foram identificadas como Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, que sofreram parada cardiorrespiratória, e Neuza Denize Silva dos Anjos, que faleceu em decorrência de choque pós-intoxicação alimentar. Uma criança de 10 anos e Zeli dos Anjos, que havia preparado o bolo, sobreviveram após hospitalização.
O delegado Marcus Veloso, responsável pela investigação, revelou que Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, era o principal alvo do envenenamento. Curiosamente, Zeli foi a única pessoa presente que consumiu duas fatias do bolo e, mesmo assim, sobreviveu ao envenenamento.
Investigação
A investigação ganhou novos contornos quando a polícia começou a examinar a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, ocorrida em setembro de 2024. A exumação do corpo revelou a presença de arsênio em seu organismo, levando à conclusão de que sua morte por infecção intestinal estava relacionada ao consumo de alimentos contaminados.
Os investigadores descobriram que Paulo havia consumido bananas e leite em pó levados pela nora antes de sua morte, estabelecendo um padrão no método utilizado nos crimes. A presença de arsênio foi confirmada em ambos os casos, conectando as mortes ao mesmo modus operandi.
A Polícia Penal informou que, ao encontrar Deise sem sinais vitais durante a conferência matinal, os agentes penitenciários prestaram os primeiros socorros e acionaram imediatamente o Serviço de Atendimento Médico de Urgência, que confirmou o óbito no local.