Seguranças do Autódromo de Interlagos são investigados em assassinado de catador de latinhas

Catador de recicláveis é espancado até a morte e seguranças do Autódromo de São Paulo são acusados.

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Um caso brutal ocorrido em novembro de 2024 no Autódromo de Interlagos, Zona Sul de São Paulo, voltou a repercutir recentemente e reacendeu discussões sobre a conduta de alguns profissionais da segurança privada.

Marcelo Edmar da Silva, de 26 anos, que atuava como catador de recicláveis, foi espancado até a morte por dois vigilantes do local. O episódio chama a atenção pela violência e por possíveis falhas na estrutura de segurança do autódromo.

Assassinato no Autódromo de Interlagos

Na manhã do dia 8 de novembro, Marcelo esteve no autódromo para recolher latinhas. Como o volume era grande, ele decidiu retornar no início da tarde para continuar a coleta. De acordo com o Instituto de Criminalística, o jovem acessou o local de forma irregular, escalando um muro.

Na sequência, foi abordado por dois seguranças, que o imobilizaram, amarraram e agrediram com extrema violência. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a morte foi causada por uma hemorragia intracraniana, decorrente de um traumatismo no crânio.

Os vigilantes envolvidos alegaram, no boletim de ocorrência, que Marcelo estava armado com uma faca e tentou roubá-los. Segundo o depoimento, ele teria reagido agressivamente, o que justificaria o uso da força. A polícia identificou os autores como Francisco das Chagas de Souza Alves e Emerson Silva Brito, que estão presos preventivamente desde a época do crime.

Família de catador de recicláveis aguarda investigação e julgamento

A ausência de câmeras de segurança no local do ataque dificultou a coleta de provas. A arma dos seguranças foi apreendida para análise. O caso voltou à tona quando as autoridades passaram a investigar o esquema de segurança do autódromo, ligando à morte recente de um empresário no mesmo local.

Sete meses após o crime, a família de Marcelo ainda aguarda o julgamento dos acusados. A mãe, Sirlei Guimarães, descreveu o filho como um jovem alegre e comunicativo. Já a irmã, Saniele, desconfia que outros seguranças tenham participado da agressão. A Justiça aguarda a conclusão de etapas processuais para decidir se os acusados serão levados a júri popular.