Na Cúpula do Brics, Lula fala em genocídio e condena aumento dos gastos militares

Presidente critica corrida armamentista, ONU e cita genocídio em Gaza durante discurso no Rio de Janeiro.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou neste domingo (6) na abertura da 17ª Cúpula do Brics, que acontece no Rio de Janeiro e termina nesta segunda (7). Em tom crítico, Lula alertou para o atual cenário internacional, que classificou como o mais turbulento desde a Segunda Guerra Mundial, com conflitos se espalhando pelo mundo.

Contrariando expectativas de que o tema seria evitado, o presidente criticou diretamente a guerra e o aumento de gastos militares. Segundo ele, a recente decisão da Otan de ampliar os investimentos em defesa mostra que “os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política. É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”.

Lula fala em “colapso do multilateralismo”

Durante o discurso, Lula afirmou que o mundo vive o “colapso do multilateralismo” e que a ONU perdeu sua credibilidade. “As reuniões do conselho de segurança reproduzem um roteiro conhecido: paralisia e perda de legitimidade”, declarou. O petista também voltou a usar o termo “genocídio” ao se referir à situação da Faixa de Gaza.

O presidente mencionou ainda que o Brasil condenou ações que violam a integridade territorial, tanto no Irã quanto na Ucrânia, defendendo a solução diplomática para os conflitos. O posicionamento brasileiro, segundo ele, é pautado na paz e no respeito às normas internacionais.

Críticas à ONU e pressão por nova ordem global

Encerrando sua fala, Lula reforçou a necessidade de uma nova governança global, mais inclusiva e representativa. Para ele, o atual sistema está falido e favorece interesses militares em vez de sociais.