PMs executam suspeito desarmado em SP sem saber que câmera corporal estava ligada

Caso aconteceu em Paraisópolis, na semana passada, e está repercutindo em todo o Brasil.

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Uma câmera corporal registrou o momento em que um suspeito, já rendido, foi baleado por policiais militares durante uma operação em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. O caso ocorreu na última quinta-feira (10), e dois dos PMs envolvidos foram presos em flagrante por homicídio doloso.

Segundo a Polícia Militar, os agentes não sabiam que o equipamento de gravação estava ativo. De acordo com o coronel Emerson Massera, chefe de comunicação da PM, a gravação foi acionada por um dos policiais, o que ativou automaticamente outras câmeras próximas.

Imagens da execução de suspeito rendido

As imagens mostram o homem de mãos para o alto, encostado na parede, sendo atingido por dois disparos. Mesmo caído, ele foi baleado mais uma vez ao tentar se levantar. A vítima, identificada como Igor Oliveira de Moraes Santos, foi atingida por quatro tiros.

Os PMs alegaram inicialmente que houve troca de tiros, mas as imagens desmentiram a versão. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, outros dois policiais foram indiciados por apresentar versões incompatíveis com os fatos registrados pelas imagens das câmeras corporais.

Protestos tomaram conta de Paraisópolis

A morte de Igor gerou um protesto na comunidade, com confrontos, depredações e o registro de mais um óbito. Um sargento da Rota também ficou ferido. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a execução e determinar possíveis responsabilidades disciplinares e criminais dos envolvidos. “A ação dos policiais foi ilegal”, afirmou o coronel Massera.