A investigação do caso de envenenamento por meio de um bolinho de mandioca em São Bernardo do Campo (SP) avançou significativamente após a descoberta de uma mensagem enviada pelo padrasto da vítima, Ademilson Ferreira dos Santos, a um pastor. Na mensagem, datada de junho, o suspeito relatou que chegou a cogitar a morte do enteado, de 20 anos, frisando: “pensei até em matar ele, mas Deus não deixou”.
Após consumir o bolinho em 11 de julho, o jovem Lucas da Silva Santos foi encaminhado em estado grave à Unidade de Pronto Atendimento. Ele apresentou lesão na língua e sintomas severos de intoxicação, o que descartou a suspeita inicial de uso de chumbinho, veneno utilizado para matar roedores. Desde então, o rapaz segue internado em leito de UTI, estável, mas dependente de ventilação mecânica e hemodiálise, conforme boletins médicos divulgados pelas autoridades.
Padrasto de jovem envenenado com bolinho de mandioca é preso
Inicialmente, a tia de Lucas foi apontada como principal suspeita, pois foi quem preparou e enviou os bolinhos. Contudo, a Polícia Civil, sob comando da delegada Liliane Lopes Doretto, mudou o foco para o padrasto devido a contradições em seus depoimentos e indícios de que ele entregou os bolinhos diretamente aos que estavam à mesa, comportando-se de forma seletiva.
Além disso, Ademilson Duarte apresentava histórico de ciúmes excessivo e acusações de abuso sexual contra o enteado. A possível motivação apontada pela polícia inclui ciúmes e possessividade exacerbados, já que Lucas planejava iniciar um relacionamento afetivo e se mudar de casa, situação que teria irritado Ademilson
Mãe de Lucas se pronunciou sobre o ocorrido
A mãe da vítima também admitiu ter conhecimento de abusos anteriores cometidos pelo padrasto, o que acrescenta gravidade ao cenário investigado. Em razão das inconsistências e das revelações da mensagem ao pastor, a Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão temporária de Ademilson.

A delegada Liliane Doretto aguarda o recebimento dos laudos toxicológicos e periciais, que indicarão a substância utilizada no crime, ainda desconhecida. O caso é acompanhado pelo 8º Distrito Policial de São Bernardo do Campo, enquanto a comunidade aguarda desdobramentos sobre a condição da vítima e possíveis encaminhamentos judiciais envolvendo o padrasto e demais envolvidos.
