Após 16 meses consecutivos de alta, o preço do café finalmente apresentou uma leve queda ao consumidor, conforme aponta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Entre os dias 16 de junho e 15 de julho, o café em pó registrou uma redução de 0,18% no valor, quando comparado ao período anterior, de 16 de maio a 15 de junho.
Apesar do recuo, o produto ainda segue com um valor 86,5% mais elevado do que no mesmo período do ano passado. Essa alta acumulada reflete uma série de fatores, incluindo a volatilidade no mercado internacional e os desafios enfrentados no setor agrícola.
Colheita começa a pressionar o preço do café
A colheita brasileira de café, iniciada em março e com pico entre junho e julho, já começa a pressionar os preços no campo, o que contribuiu para a recente queda. No entanto, o cenário ainda é incerto quanto à continuidade dessa tendência de baixa.
Um dos fatores de instabilidade é a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida adotada durante o governo do ex-presidente Donald Trump. Ainda não se sabe se essa política será revertida ou mantida, o que influencia diretamente a exportação de café brasileiro.
Os EUA são o principal destino do café nacional, representando cerca de 16% das exportações do setor. O mercado aguarda eventuais negociações diplomáticas que possam aliviar essas barreiras comerciais e melhorar as condições para o produto brasileiro.
Produção do café brasileiro
Enquanto isso, outras nações como China, Índia, Indonésia e Austrália despontam como possíveis alternativas para absorver parte da produção. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), esses países já demonstram interesse crescente pelo café brasileiro e podem ajudar a equilibrar a demanda global.
