A brutalidade da agressão sofrida por Juliana Garcia, de 35 anos, dentro de um elevador em Natal (RN), chocou o país e escancarou mais uma vez a gravidade da violência doméstica. Juliana foi espancada com 61 socos pelo então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, em um ataque que durou pouco mais de 30 segundos e deixou marcas físicas e emocionais profundas. O caso ocorreu em um condomínio de classe média na região turística de Ponta Negra e foi registrado por câmeras de segurança.
O relacionamento entre os dois havia começado meses antes, após se conhecerem em uma academia. Na manhã do dia 26 de julho, os dois foram vistos juntos na piscina do prédio. Horas depois, uma discussão no elevador terminou em uma violência brutal.
Agressão contra Juliana ocorreu no elevador do prédio
Juliana optou por permanecer no elevador, consciente de que as câmeras poderiam registrar tudo. Ela relatou que Igor a ameaçou de morte antes de iniciar a sequência de socos, direcionados principalmente à cabeça e ao rosto. A intenção, segundo a delegada responsável pelo caso, era nitidamente letal.
O impacto dos golpes foi tão grave que o médico responsável pela cirurgia de reconstrução facial fez uma comparação assustadora sobre as lesões: “Era como se ela tivesse sofrido um acidente de moto, sem capacete”. Juliana sofreu múltiplas fraturas no rosto, incluindo a mandíbula, a região abaixo do nariz, a maçã do rosto e o entorno do olho direito. O procedimento cirúrgico, previsto para durar quatro horas e meia, estendeu-se por quase sete horas, e o acompanhamento médico seguirá por pelo menos dois meses.
Igor Cabral deve responder por tentativa de feminicídio
A vítima passou por momentos delicados após a agressão. Quando a polícia chegou, ela mal conseguia se comunicar e recorreu à escrita para registrar que permaneceu no elevador justamente por temer uma agressão sem testemunhas. Com base nessas provas e nas imagens do circuito interno, a Justiça decretou a prisão preventiva de Igor no dia seguinte. O agressor foi transferido para um presídio na capital potiguar e poderá responder por tentativa de feminicídio, entre outros crimes.
