Saiba o que Bolsonaro tem em comum com Lula, Collor e Temer

Decisão de Moraes escancara que nem mesmo ex-chefes de Estado estão acima da lei.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). Investigado por tentativa de golpe, obstrução de Justiça e formação de organização criminosa, o ex-presidente entra para a lista dos poucos ex-líderes do Brasil presos desde 1985. A decisão foi motivada por descumprimento de medidas cautelares, incluindo ataques ao STF por meio das redes sociais de aliados e familiares.

Além disso, Bolsonaro é acusado de incentivar interferência internacional no Judiciário brasileiro, tentando minar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. O episódio marca novo capítulo de tensão entre os Poderes e acende o debate sobre os limites da liberdade de expressão no meio político.

Ex-presidentes presos: Lula, Collor e Temer

Lula foi preso em 2018 pela Lava Jato, condenado por corrupção no caso do tríplex do Guarujá. Cumpriu 580 dias de pena até o STF anular a condenação por parcialidade do então juiz Sergio Moro. Já Fernando Collor, condenado a quase 9 anos por corrupção na BR Distribuidora, teve sua pena convertida para prisão domiciliar em 2025. Michel Temer também foi detido preventivamente duas vezes em 2019, acusado de chefiar esquema de corrupção na Eletronuclear.

A prisão de Bolsonaro marca o agravamento de sua situação jurídica e política, dificultando eventuais planos eleitorais futuros e colocando o bolsonarismo em xeque. O cerco judicial reforça a ideia de que líderes populistas podem ser responsabilizados por seus atos, mesmo após deixarem o poder.

Prisão domiciliar e impacto político

Embora a medida contra Bolsonaro seja em regime domiciliar, o peso simbólico é significativo. Mostra que o sistema de Justiça pode alcançar até mesmo quem já ocupou o cargo mais alto do país. A prisão aumenta a instabilidade política e coloca mais pressão sobre as investigações relacionadas às eleições de 2022.